A presidente eleita, Dilma Rousseff, fez questão de mostrar melhor suas credenciais ao mundo, em entrevista ao jornal Washington Post, deixando claro que nem todas as posições do governo de Luiz Inácio Lula da Silva são também as suas, especialmente ao falar sobre o Irã. Dilma condenou o apedrejamento e qualquer outro tipo de prática "medieval" contra mulheres e disse que não se sentiria confortável , como uma mulher presidente, em não deixar clara essa posição. Por outro lado, disse que é importante tentar estabelecer a paz no Oriente Médio, sugerindo que seu governo continuará buscando estratégias de paz naquela região.
A presidente eleita também criticou a política de afrouxamento quantitativo dos Estados Unidos, mas ao mesmo tempo fez questão de dizer que seu governo buscará estreitar os laços com o governo de Barack Obama.
Dilma reconheceu que o momento é de grande instabilidade global por causa da crise econômica, e que é fundamental tentar garantir a retomada das economias desenvolvidas para garantir o equilíbrio do mundo. "Ninguém no Brasil se sentirá confortável se os EUA continuarem com altas taxas de desemprego. A recuperação dos EUA é importante para o Brasil porque os EUA são um extraordinário mercado consumidor", afirmou.
Dilma fez questão de reforçar que pretende dar continuidade ao caminho econômico estabelecido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela disse que nos próximos quatro anos pretende reduzir mais a relação dívida/PIB e garantir a estabilidade inflacionária. Segundo Dilma, o objetivo do seu governo é reduzir a dívida do País para 30% do PIB.
Ela voltou a dizer que quer que os juros no Brasil caiam para patamares internacionais. "E para conseguir isso uma das tarefas mais importantes será a de reduzir a dívida pública", afirmou. "Outro tema importante será melhorar a competitividade da nossa indústria e agricultura. Por isso é tão importante que o Brasil racionalize seu sistema tributário", disse a presidente eleita ao Washington Post.
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