O senador Aécio Neves (MG), pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, criticou hoje o pronunciamento de fim de ano da presidente Dilma Rousseff, em rede nacional de rádio e TV.
Para Aécio, Dilma omitiu problemas e fez "autoelogio". Segundo o senador, que também é presidente do PSDB, Dilma apresentou "uma ilha da fantasia" na TV.
"Sob o pretexto das festas de fim de ano, a presidente volta à TV para fazer autoelogio e campanha eleitoral. Apenas como exemplo, na ilha da fantasia a que a presidente nos levou mais uma vez, a qualidade do ensino tem melhorado e a criação de creches é comemorada", disse Aécio Neves, em nota à imprensa.
Para o tucano, os números do "Brasil real" são outros: "o analfabetismo parou de cair e, das 6 mil creches prometidas por ela em 2010, apenas 120 haviam sido entregues até outubro". O senador disse, ainda, que a presidente foi omissa em relação aos problemas do país. "Nenhuma palavra sobre as famílias vítimas das chuvas e as obras prometidas e não realizadas. Nenhuma menção à situação das empresas públicas, à inflação acima do centro da meta, ao pífio crescimento da economia. Nenhuma menção à situação das estradas, à crise da segurança e à epidemia do crack que estraçalha vidas", disse Aécio.
O presidente do PSDB conclui a nota afirmando que Dilma aposta no "ilusionismo". "Essa nova e abusiva convocação de rede de rádio e televisão é mais uma demonstração da falta de limites de um governo que acredita que a propaganda e o ilusionismo podem demonstrar força, enquanto, na verdade, só acentuam a sua fraqueza", disse.
Discurso
No último pronunciamento em rede nacional do ano, a presidente Dilma Rousseff afirmou na noite de ontem que a área econômica de seu governo é vítima de "guerra psicológica" por parte de setores do empresariado, ainda que admita haver o que "retocar" e "corrigir" na economia.
A fala, de 12 minutos, ignorou o principal fato político do ano, as manifestações de rua de junho que derrubaram abruptamente a popularidade do governo. Citou superficialmente que "ouviu reclamos" da sociedade e que está "implantando pactos para acelerar o cumprimento de nossos compromissos".
Dilma enalteceu programas federais e pediu aos telespectadores que pensassem "no que aconteceu de positivo nos últimos anos na vida do Brasil".
Mas boa parte do discurso, o 17º do seu mandato, foi dedicada a promover uma visão otimista da economia, principal área a sofrer críticas em sua gestão.
Apesar de ter deixado claro que o pessimismo não pode contaminar a economia e que está atuando "nos gastos" e no combate inflacionário, Dilma ponderou que "não existe um sistema econômico perfeito" nem um "país com uma economia perfeita"."Em toda economia haverá algo por fazer, algo a retocar, algo a corrigir", disse ela, que previu um 2014 melhor para o bolso dos brasileiros.
Citando "redução de impostos" e "diminuição da conta de luz", a presidente disse que tem recebido "duras críticas daqueles que não se preocupam com o bolso da população". "Se mergulharmos em pessimismo e ficarmos presos a disputas e interesses mesquinhos, teremos um país menor", afirmou, em outro momento.Também sem citar o mensalão, cujos protagonistas da antiga cúpula do PT no governo Lula foram presos em 2014, Dilma afirmou que não abriu mão em apoiar o combate à corrupção.
Como de praxe neste tipo de balanço, Dilma listou o que considera sucesso em sua gestão, e que estará em sua propaganda na campanha à reeleição em 2014: Mais Médicos, Ciência sem Fronteiras, Pronatec (programa de formação profissional), Minha Casa, Minha Vida e o Brasil sem Miséria.
"Nos últimos anos somos um dos raros países do mundo em que o nível de vida da população não recuou ou se espatifou em meio a uma grave crise. Chegamos até aqui melhorando de vida, pouco a pouco, mas sempre de maneira firme e segura", disse.
O pronunciamento deste domingo foi o sétimo do ano e o 17º desde 2011. Ela já superou os números do antecessor, que fez 11 no primeiro mandato (2003-2006) e 10 no segundo (2007-2010).
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