A presidente Dilma Rousseff reforçará, nesta sexta-feira, 4, em Campo Mourão (PR), um eixo pouco falado do programa federal de logística: a armazenagem. Dilma firmará um contrato com a Coamo, maior cooperativa agroindustrial da América Latina, cujo faturamento somou R$ 7 bilhões em 2012, para dar mais visibilidade ao programa de R$ 5 bilhões destinados à construção de silos privados pelo país.
Na solenidade, que servirá para uma reaproximação com a base de produtores rurais, serão contratadas 16 novas unidades com capacidade para guardar 270 mil toneladas de grãos no Paraná, em Santa Catarina e no Mato Grosso do Sul. "Esse é um programa fundamental para fazer funcionar a logística de novas ferrovias e rodovias", disse a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ao jornal O Estado de S. Paulo.
"Precisamos de silos para guardar a produção em locais estratégicos. E é isso que estamos fazendo com essa linha de investimento do BNDES." Com juros de 3,5% ao ano, 15 anos de prazo de amortização e três de carência, o governo aposta na construção de silos em larga escala nas principais regiões produtoras do País.
A parceria com as cooperativas ampliará o alcance da linha e tem potencial para ultrapassar a previsão de R$ 25 bilhões de investimentos em armazenagem nos próximos cinco anos. "Já temos demanda para mais de R$ 5 bilhões em crédito na nossa carteira", informou o vice-presidente de Agronegócios do BB, Osmar Dias.
Ao mesmo tempo, o Banco do Brasil toca um projeto de R$ 1 bilhão para recuperar, modernizar e construir 93 armazéns públicos estratégicos que serão, em boa parte, concedidos à iniciativa privada a partir de 2014.
Os especialistas do BB já estão em campo para avaliar a situação das velhas estruturas e bater o martelo sobre a localização dos novos silos. O banco deve entregar 30% desses silos até junho de 2014. Os demais devem ficar prontos em até dois anos. "Estamos fazendo um processo de recuperação do patrimônio público para colocá-lo à serviço da sociedade", afirmou Osmar Dias.
Depois do processo concluído, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deve ficar com parte do novo patrimônio, operando silos estratégicos em regiões com menor atratividade, como no Semiárido, por exemplo. Em Ponta Grossa (PR), onde está o maior armazém público do país, o governo quer criar um "porto seco", alfandegado, para acelerar o processo de exportação, inclusive de cooperativas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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