A presidente Dilma Rousseff foi alvo direto da espionagem realizada pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos), segundo reportagem exibida pelo "Fantástico" ontem.
Os documentos secretos que basearam as denúncias foram obtidos pelo jornalista Glenn Greenwald com o ex-técnico da NSA Edward Snowden. Eles faziam parte de uma apresentação interna para funcionários da agência.
De acordo com o programa, foi monitorada a comunicação entre Dilma e seus assessores, assim como dos assessores entre eles e com terceiros. Também Enrique Peña Nieto, atual presidente mexicano (então líder na campanha presidencial), teria sido espionado.
O documento obtido pelo "Fantástico" mostra que a NSA utilizou programas capazes de capturar inclusive o conteúdo de e-mails.
No caso de Dilma, o objetivo da operação seria o de "melhorar a compreensão dos métodos de comunicação e dos interlocutores da presidente e seus principais assessores".
Os documentos obtidos pelo "Fantástico" mostram uma suposta rede de comunicação de Dilma com assessores, sem nomes legíveis. No caso de Peña Nieto, são apresentados trechos de mensagens trocadas pelo então candidato.
Não foram exibidos exemplos de conteúdo interceptado na comunicação de Dilma.
Na última página da apresentação, segundo a reportagem, está a conclusão de que o método de espionagem usado pela NSA é "uma filtragem simples e eficiente que permite obter dados que não estão disponíveis de outra forma e que pode ser repetida".
Reação
Dilma se reuniu ontem com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso. Hoje ele concederá uma entrevista à imprensa ao lado do ministro Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) para falar sobre o assunto.
O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) considerou a espionagem "um absurdo completo". Segundo ele, "não tem nada a ver com segurança nacional [dos EUA]. Isso é arapongagem para obter vantagem nas negociações comerciais e industriais", afirmou o ministro.
O "Fantástico" disse que o governo irá convocar Thomas Shannon, embaixador dos EUA no Brasil, cobrar explicações formais do governo dos EUA e recorrer a órgãos internacionais, como a ONU, para discutir o caso.
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