Em discurso durante a entrega de 928 unidades do Minha Casa Minha Vida no Paranoá, região administrativa de Brasília, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo está “apertando o cinto”, mas garantiu que o Bolsa Família não vai acabar, diminuir ou ter os pagamentos aos beneficiários atrasados. Ela pediu para a plateia acreditar nela sobre isso e não dar ouvidos a boatos. O Minha Casa Minha Vida também não será interrompido, assegurou.
Ela comparou o governo a uma família, que em momentos de dificuldade tem que fazer esforços. E citou que seu governo cortou ministérios, cargos e seu próprio salário em 10%. “O governo federal não vai também parar o Bolsa Família ou diminuir o Bolsa Família ou não pagar em dia o Bolsa Família. Muita conversa, que é uma conversa que não é séria, que é a conversa do boato, aparece. Eu estou aqui dizendo para vocês que o Bolsa Família não vai ser interrompido, o Minha Casa Minha Vida não vai ser interrompido. A gente aperta o cinto e garante os programas fundamentais para a vida da população do nosso pais”, discursou.
Governo começará contratações da 3ª fase do Minha Casa Minha Vida em breve, diz Kassab
O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, anunciou nesta quinta-feira (29) que o governo começará a contratar as moradias da terceira etapa do Minha Casa Minha Vida nas próximas semanas. “Já estamos prontos para começar as contratações da fase três do Minha Casa. Daqui a algumas semanas, a presidente estará assinando as minhas contratações em uma grande cerimônia”.
De acordo com Kassab, as contratações da segunda etapa do programa, iniciada em 2011, serão concluídas até meados de 2017. Neste ano, o governo vai contratar em torno de 500 mil moradias, segundo o ministro. Ele afirmou que a presidente Dilma Rousseff inda trabalha com a meta de contratar 3 milhões unidades habitacionais até 2018, embora o governo já admita, nos bastidores, que não conseguirá atingir a meta.
Kassab participa de cerimônia simultânea de entrega de 2.691 moradias do MCMV em Brasília e mais cinco cidades. A presidente está na capital federal, onde entrega 928 unidades. O ministro entregará casas em cidades paulistas.
Embora as palmas tenham predominado no início do evento de entrega de unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida no Paranoá, região administrativa próxima de Brasília, quando a presidente Dilma Rousseff e o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, foram anunciados, vaias também foram ouvidas.
A região é um reduto do ex-governador do DF Joaquim Roriz, inimigo político de Rollemberg. Quando o governador falava, predominavam as vaias. Quando havia silêncio, chamaram-no de “caloteiro” e perguntavam sobre o pagamento dos professores. Já quando Dilma tomou a palavra, as vaias foram isoladas.
Lançando mão de discurso já bastante batido, cujos conceitos são repetidos em todas as cerimônias do Minha Casa Minha Vida, Dilma não leu o que tinha programado falar. E acabou fazendo declarações curiosas. “Estamos comemorando mais do que apartamentos que têm tijolo, cerâmica, que tem uma janela boa que abre tudo”, discursou Dilma, mencionando a qualidade das habitações.
Já no fim de sua fala, ela quis ressaltar o valor da mulher dentro da família, mas também não queria diminuir o papel do pai. “O Minha Casa Minha Vida fala da família, das crianças, da mulher, da mãe. Fala também do pai. Mas da porta para dentro a mãe é essencial. Da porta para fora os dois são. Da porta pra dentro o pai também é importante para dar exemplo, a gente admira o pai, a gente admira a mãe. A gente ama o pai e a mãe”, disse.
Depois de encerrada a cerimônia, um pequeno protesto de professores contra Rollemberg dificultou o acesso dos beneficiários que tentavam chegar ao local de recebimento das chaves das habitações.