A presidente Dilma Rousseff inaugurou neste sábado em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) o primeiro aeromóvel do Brasil e reafirmou seu compromisso com a modernização do transporte público, cujas deficiências desencadearam a onda de protestos que tomou conta do país recentemente.

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"É um projeto revolucionário, com tecnologia diferenciada e criada totalmente no Brasil, um país que prova assim sua capacidade de criar e inovar", disse Dilma após a primeira viagem feita no veículo, na qual a presidente esteve acompanhada por autoridades locais.

O aeromóvel une o Aeroporto Internacional Salgado Filho à estação de trem da Trensurb, que dá acesso ao centro da capital gaúcha. O trajeto, feito sobre uma ponte de concreto, tem aproximadamente 800 metros e será concluído em cerca de dois minutos. O custo do projeto foi de R$ 37,8 milhões e a previsão é que transporte cerca de 7.700 passageiros por dia.

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Na unidade inaugurada hoje, serão utilizados dois veículos com capacidade para transportar 150 e 300 pessoas. A operação do aeromóvel é controlada de forma remota das estações e não são necessários maquinistas.

"É um trem de tecnologia limpa, com motores elétricos, sem nenhuma emissão de gases tóxicos, moderno, sem poluição visual e que atende a todas as preocupações da comunidade internacional sobre o meio ambiente", declarou a chefe de Estado.

O aeromóvel entre o aeroporto de Porto Alegre e a estação da Transurb é um projeto piloto, que depois será ampliado para outros pontos da cidade e do país.

O projeto é totalmente nacional e foi elaborado pelo Grupo Coester, que já tem planos para construir outras duas linhas na cidade do Porto Alegre, uma de nove quilômetros e outra de 18 quilômetros. Além disso, o Grupo Coester informou hoje que foi consultado por outros municípios do país para implementar o aeromóvel.

Os vagões são movidos por potentes ventiladores industriais movidos por motores elétricos de alto rendimento e pouco gasto de energia.

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Dilma elogiou o interesse despertado pelo projeto e se comprometeu a promovê-lo para que seja adotado nas cidades que enfrentam maiores dificuldades na área de transporte urbano.

A presidente não fez nenhuma referência aos protestos de junho, que tiveram como ponto de partida o aumento das tarifas do transporte público.

No entanto, Dilma afirmou que a área de transporte passou a ser "absolutamente prioritária" para seu governo e reiterou que as previsões de investimentos nesse setor chegam a R$ 50 bilhões para os próximos anos.

Segundo a governante, "a melhoria de renda" dos brasileiros nos últimos anos levou muitas pessoas a se voltarem para o "transporte individual, ao automóvel", pois "a maioria quer um" e "agora muitos" podem comprá-lo.

No entanto, afirmou que "os governantes devem se preocupar com o transporte público, que deve servir a todas as classes sociais e dar viabilidade" aos espaços urbanos. "Sem o transporte público eficiente, nós não teremos algo que não seja a crise nas cidades urbanas", acrescentou.

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"É necessário que as pessoas cheguem mais rápido de um lugar a outro no transporte publico e não em seu próprio carro", declarou a presidente.