Em estratégia definida na noite da quinta-feira (10), a presidente Dilma Rousseff saiu em defesa nesta sexta-feira (11) do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que teria “o maior orgulho” de tê-lo em sua equipe de governo. Em entrevista à imprensa, a petista fez questão de negar que a presença de seu antecessor na Esplanada dos Ministérios enfraqueceria a sua autoridade como presidente e ressaltou que, em qualquer gestão federal, ele daria uma “enorme e imensa contribuição”.
“Eu teria o maior orgulho de ter o presidente Lula no meu governo, porque ele é uma pessoa com experiência, com grande capacidade gerencial e formulação de políticas”, elogiou a presidente, que não quis responder se o convidou para assumir uma pasta na administração petista.
Em reunião com seu núcleo político, na noite da quinta-feira (10), a presidente definiu a necessidade do governo federal sair em defesa do antecessor, que tem sido pressionado a assumir um cargo de peso na Esplanada dos Ministérios. A avaliação foi da necessidade de tentar atrair o petista, que tem demonstrado resistências a aceitar um cargo, mas que concordou em pensar a respeito e dar uma resposta oficial na semana que vem. O diagnóstico é de que é necessário defender publicamente o petista, pois ele tem sofrido um cerco político que pode ser estendido também para o Palácio do Planalto.
Lula recusa convite de Dilma para assumir a Casa Civil
Leia a matéria completaEm defesa de Lula, a presidente repudiou o pedido do Ministério Público de São Paulo de prisão preventiva e afirmou que ele “passou de todos os limites”. Segundo ela, a solicitação “ultrapassa o bom senso” e é um “ato de injustiça”. “É quase consenso entre os juristas, não existe base nenhuma para esse pedido. Ele ultrapassa ao bom senso e é um ato de injustiça. E é um absurdo que um país como o nosso assista calmamente a um ato desse contra uma liderança política responsável por grandes transformações no país e é respeitado internacionalmente”, disse. Em uma crítica indireta aos promotores paulistas responsáveis pelo pedido de prisão, a petista pediu por “menos pessoas que queiram se promover em situações” descabidas. “Esse é um momento de diálogo e de pacificação”, apelou.
Provável “não”
Lula disse nesta sexta-feira (11) a seus aliados que deverá rejeitar o convite da presidente Dilma Rousseff para integrar seu Ministério. Um de seus interlocutores resume o raciocínio de Lula afirmando que, para ele, poderia ser um “abraço de afogados”.
Nas conversas, Lula disse que a crise não será resolvida apenas com sua chegada ao ministério sem que haja uma profunda mudança na equipe econômica. Ele avalia, segundos seus interlocutores, que sua nomeação não reverteria um processo pelo impeachment, especialmente se o encontro do PMDB apontar uma ruptura com o governo.
Lula pediu a Dilma tempo para dar sua resposta. Mas, nessas conversas, disse que sofreria desgaste caso aceitasse o convite, já que poderia ser encarado como uma tentativa de escapar de um pedido de prisão. Além disso, disse ele aos aliados, o PT ficaria sem alternativas para 2018 caso ele fosse ainda mais associado ao atual governo.
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