Presidente Dilma Rousseff durante a cerimônia de posse do presidente da Bolívia, Evo Morales na quinta-feira (22)| Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência da República / Divulgação

Desde o mês passado a presidente Dilma Rousseff reforçou sua agenda de viagens internacionais. Em sua primeira ida ao exterior neste segundo mandato, ela esteve ontem em La Paz, na Bolívia, na cerimônia de posse do presidente reeleito Evo Morales. Segundo integrantes do PT, ao aumentar o número de viagens internacionais, Dilma estaria seguindo recomendação do ex-presidente Lula, dada no final do ano passado. Ele teria argumentado à presidente considerar importante que o Brasil tenha maior protagonismo internacional.

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Dilma está com viagem marcada na próxima semana para São José, capital da Costa Rica, onde participará da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). No mês passado ela foi à cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), no Equador, e à cúpula do Mercosul, na Argentina.

No segundo semestre, é provável que ela vá ao encontro dos Brics (grupo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e à reunião do G-20. A presidente deve conciliar sua participação na Assembleia Geral da ONU, em setembro, com a visita de estado aos Estados Unidos, que foi cancelada em 2013 depois da divulgação de que a Agência de Segurança Nacional estava grampeando e-mails brasileiros.

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Quando era presidente, Lula viajava para o exterior com mais frequência do que Dilma e seu governo tinha uma política externa mais agressiva. Em seu primeiro mandato, Lula fez 84 viagens internacionais, enquanto Dilma, no mesmo período, fez 62. Em média, o ex-presidente fez 21 viagens internacionais por ano, no primeiro governo. Já com Dilma, essa média caiu para 15,5 viagens anuais.

Lula também recebia mais chefes de Estado e de governo do que Dilma. No primeiro mandato de Lula, 116 vieram ao Brasil. Dilma recebeu somente 45 nos últimos quatro anos. A presidente costuma aproveitar reuniões multilaterais para conversar com os colegas estrangeiros.

Lula está preocupado com a articulação política do governo, considerada um dos pontos fracos da administração Dilma, e tem dúvidas, segundo pessoas próximas, se a dupla Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Pepe Vargas (Relações Institucionais) será capaz de reverter o quadro.