O primeiro encontro entre os pré-candidatos Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PV) e José Serra (PSDB), ocorrido durante um congresso em Minas Gerais nesta quinta-feira (6), tomou contornos de debate eleitoral. De acordo com a programação dos organizadores, os presidenciáveis responderiam quatro perguntas sobre as dificuldades enfrentadas pelos municípios e teriam ainda 10 minutos para falar livremente. Até por volta das 17h15, os políticos seguiam no auditório respondendo a última questão.
O clima de debate e militância esteve presente desde a chegada dos pré-candidatos e participantes ao 27º Congresso Mineiro de Municípios, evento que recebe o painel com os presidenciáveis. Professores da rede estadual que estão em greve há 29 dias protestaram na porta do auditório onde os políticos participariam do evento. Durante as respostas dos presidenciáveis, prefeitos e outros políticos presentes ao local chegaram a ensaiar vaias e sobretudo aplaudir respostas que consideravam interessantes.
Serra e Dilma se enfrentaram com argumentos em relação às perdas de arrecadação dos municípios quando o governo reduziu o IPI para estimular a economia. Enquanto Dilma destacou que o governo fez a recomposição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Serra afirmou que o total do prejuízo não foi coberto. Para justificar seu posicionamento, Dilma lembrou a importância dos cortes para a recuperação pós-crise. "O governo federal perdeu arrecadação, os municípois perderam arrrecadação. Mas o que nós ganhamos foi que o Brasil foi o primeiro país a sair da crise."
Marina Silva procurou destacar-se como uma terceira via, pregando uma ética de valores e a governabilidade acima da política partidária. Ela citou como exemplo a CPMF. Marina lembrou que, quando a contribuição foi criada, em 1993, ela e o senador Eduardo Suplicy foram os únicos parlamentares da oposição a votar a favor. Segundo ela, houve uma inversão de papéis quando a CPMF foi derrubada pelo Senado, em 2008. "Lamentavelmente, os que eram a favor agora votaram contra. E os que eram contra votaram a favor. Temos que acabar com a ética de circunstâncias e apostar na ética de valores."
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