A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que acompanhou nesta sexta-feira (15) o embarque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Arábia Saudita, minimizou a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Ela disse que o Legislativo é autônomo e que não acredita que a iniciativa do PSDB, em forçar a leitura do requerimento de instalação, tenha o intuito de desestabilizar uma eventual candidatura governista para Presidência da República. "Não acho que haja irregularidades na Petrobras", disse a ministra, acrescentando que "sem dúvida uma CPI atrapalharia os investimentos".
Segundo a ministra, a Petrobras é, "talvez", a empresa com maior governança no País, com ações em bolsa. "A Petrobras, para nós, pode ser um instrumento de combate à pobreza, porque acabamos de descobrir a camada de exploração do pré-sal. Não somos um país que vamos sofrer da maldição do petróleo. Podemos ter uma indústria fornecedora. E petróleo para nós pode ser instrumento de combate à pobreza. Nós vamos acabar de qualquer jeito com a pobreza e o petróleo pode antecipar isso", disse.
Perguntada por uma repórter se essa seria a sua promessa de campanha eleitoral, Dilma respondeu: "É pouco. Tem que ser uma promessa de Estado. Este país pode e vai acabar com a pobreza", disse. A ministra afirmou que a opção contábil da Petrobras foi uma decisão administrativa, que ela não tinha conhecimento. "As empresas geralmente buscam o regime fiscal que lhes favorece.
A CPI tem como meta investigar a mudança contábil que levou a Petrobras a pagar menos impostos. Com a leitura, a instalação da comissão depende agora da manutenção das 32 assinaturas no requerimento e da publicação no Diário do Senado para que os líderes façam as indicações dos integrantes. O governo tem até meia-noite para convencer senadores a retirarem suas assinaturas do documento - o mínimo necessário para a instalação da CPI é de 27.
Quimioterapia
A ministra da Casa Civil disse ainda que está muito bem, depois da sessão de quimioterapia, realizada ontem, em São Paulo. Ela contou que não vai antecipar cada vez que for fazer o tratamento porque é um momento muito particular, mas confirmou que essa foi a segunda sessão. Dilma está sendo submetida a um tratamento contra um câncer no sistema linfático.
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