A presidente Dilma Rousseff alterou parte de seus compromissos na segunda-feira (25) e participará de missa em homenagem às vítimas dos deslizamentos em Petrópolis, região serrana do Rio. Com isso, a presidente encurta sua passagem por Pernambuco, ao lado do governador Eduardo Campos (PSB), e irá apenas a Serra Talhada para inaugurar obras. O convite para ir à missa, que está prevista para começar 17h, partiu do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).
O Corpo de Bombeiros do Rio informou na manhã de hoje que já chega a 33 o número de mortos em Petrópolis. Na cidade, mais de 4.000 pessoas permanecem desabrigadas. Os temporais que castigaram a região provocaram vários alagamentos e deslizamentos de terra.
O encontro de Dilma com Campos é aguardado com ansiedade no meio político. O cancelamento da visita marcada para fevereiro, justificado pelo dedo quebrado da presidente, gerou mal estar entre aliados do governador.
Desde então, o governo de Pernambuco demonstrou seu desconforto ao deixar de especular sobre a visita presidencial ao Estado, informação muito demandada pela imprensa local.
O Palácio do Campo das Princesas, sede do Executivo estadual, optou por deixar a divulgação do evento a cargo do Palácio do Planalto.
Apesar de flertar com a unanimidade em Pernambuco e da grande influência política que exerce em alguns Estados nordestinos, Campos sabe o tamanho da aceitação que os programas sociais do governo petista têm na região, especialmente nas camadas mais pobres da população.
No meio político, a grande expectativa gira em torno dos discursos de Dilma e Campos na próxima segunda.A fim de garantir a hegemonia petista no Nordeste, a presidente tem ressaltado as parcerias com lideranças regionais, desde governadores do PT e do PSB até figuras como ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB).
Se celebrar a parceria com Campos, Dilma poderá colocar o pernambucano --que quer sua cadeira-- em situação desconfortável. Se mencioná-lo sem muito entusiasmo, pode dar uma marretada decisiva na já combalida aliança entre PT e PSB.
Campos, se mantiver a postura que vem adotando, deve se ater a questões técnicas e administrativas, com agradecimento discreto ao papel do governo federal no crescimento apresentado por Pernambuco nos últimos anos.
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