Dilma endossou a “agenda positiva” de Renan, mas senadores dizem que o pacote de medidas é insuficiente para tirar o país da crise.| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Um grupo de 26 senadores independentes, de partidos da base e da oposição, participou de um jantar na noite de terça-feira para discutir formas de ajudar o Brasil a sair da crise. Dois importantes interlocutores do governo, no entanto, também estavam presentes: o líder do PMDB, Eunício de Oliveira (CE), e o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM). A avaliação de boa parte dos presentes foi de que a presidente Dilma Rousseff não lidera um “projeto” para o país e que a Agenda Brasil, articulada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem poucas medidas que podem ajudar a sair da crise e é, portanto, insuficiente.

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O ministro Eduardo Braga foi muito questionado sobre saídas dentro do governo, mas disse apenas que era preciso continuar conversando. Outro consenso é que as manifestações do próximo domingo vão ser decisivas para o futuro de Dilma. “Todo mundo que participou do jantar quer ajudar o Brasil, mas é preciso que haja um projeto, e quem esmiuçou a Agenda Brasil, do Renan, acha que é insuficiente. Todos concordaram também que Dilma não lidera mais, mas não tem uma saída ainda”, contou um dos senadores presentes.

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Pauta-bomba

Uma semana após defenderem novas eleições, os senadores tucanos presentes no encontro — Cássio Cunha Lima (PB), Aloysio Nunes Ferreira (SP), Tasso Jeiressatti (CE) e José Serra (SP) — criticaram duramente a pauta-bomba aprovada na Câmara, mas também repudiaram a tática governista de jogar a responsabilidade pela saída da crise em seu colo. “Queremos ajudar num projeto para ajudar o país a sair da crise, mas o governo é quem tem que apresentar uma alternativa”, disse Cássio Cunha Lima durante o jantar. O grupo presente na reunião incluiu também senadores do PSB, PDT, PSol e Marta Suplicy (sem partido-SP).