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Você acha que a presidente Dilma deveria se encontrar com dissidentes em sua visita a Cuba? Por quê?
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Apesar de o governo brasileiro ter concedido visto para a blogueira Yoani Sánchez, que se tornou uma das principais vozes críticas à ditadura cubana, a presidente Dilma Rousseff não pretende incluir em sua agenda o pedido de audiência feito por oposicionistas daquele país na visita que fará a Cuba na semana que vem.
Auxiliares da presidente Dilma afirmam que receber os oposicionistas na visita a Cuba seria um ataque direto ao regime dos irmãos Castro, o que atrapalharia o bom rendimento da visita de três dias de Dilma a Havana, que começa na próxima segunda-feira. Mas eles ponderaram que a concessão do visto à cubana e a nota publicada pelo Itamaraty anunciando a decisão foram consideradas um "gesto público forte" do governo.
Nos bastidores diplomáticos, a concessão do visto foi entendido como uma pressão para que o governo de Cuba autorize a saída de Yoani do país o que, reiteradas vezes, a ditadura castrista tem se recusado a fazer. A blogueira foi convidada para participar do lançamento de um filme no Brasil.
O assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, disse que o governo orientou a Embaixada brasileira em Havana a conceder o visto a Yoani. "O visto foi concedido. Agora, obter a autorização para sair de Cuba é problema dela", afirmou
Segundo Marco Aurélio, o governo tinha consciência de que Yoani aproveitaria para pedir o visto na véspera da viagem da presidente a Cuba, para criar um fato político internacional. "Eu, se estivesse na situação dela, faria a mesma coisa", opinou ele. "Acho que qualquer pessoa faria isso." Mas, para Marco Aurélio, o fato de o Brasil conceder o visto de turista para a blogueira dissidente agora não configura uma mudança na política do país em relação a Cuba. "Não foi concedido antes porque ela não pediu."
Apesar de Yoani ter 202 mil seguidores no Twitter, de ter publicado um livro em português especialmente para o Brasil De Cuba, com carinho , e de ser reconhecida internacionalmente pela qualidade de seus textos, Marco Aurélio disse que não gosta do que ela escreve.
Maneira eficiente
Nos discursos que fará em Cuba, a presidente Dilma aproveitará para elogiar a abertura comercial cubana, dizendo que vê com bons olhos a iniciativa e que o Brasil fica feliz em poder estar contribuindo para melhorias na ilha cubana. Na avaliação de auxiliares de Dilma, esta é uma maneira "mais eficiente" de apoiar e sugerir mais mudanças e a modernização no país caribenho.
Dilma ressaltará ainda a cooperação que Cuba vem promovendo com o Brasil e outros países, exaltando a importância dos investimentos no país. A exemplo do ex-presidente Lula, Dilma pedirá o fim do embargo dos Estados Unidos contra Cuba. Para mostrar a disposição do Brasil de continuar cooperando com o presidente cubano, Raúl Castro, a brasileira levará no bolso a aprovação das duas últimas parcelas de US$ 380 milhões de financiamento para a conclusão da reforma do porto de Mariel, a 50 quilômetros de Havana. A obra está sendo realizada pela construtora brasileira Odebrecht. Levará também linha de crédito para que o país importe equipamentos brasileiros que possam ajudar a desenvolver a sua agricultura.
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