Sem citar diretamente o momento político delicado que atravessa, e em meio a protestos, ‘buzinaços’ e ‘apitaços’, a presidente Dilma Rousseff reconheceu que o Brasil passa por dificuldades econômicas, mas afirmou que elas serão superadas. “Tem gente que diante da dificuldade desiste, abaixa os braços, recua. Nós não somos esse tipo de gente, nós enfrentamos a dificuldade”, disse ela, durante cerimônia de inauguração da Ponte Anita Garibaldi, em Laguna (SC), nesta quarta-feira (15), uma obra de R$ 750 milhões considerada fundamental na região para desafogar o trânsito entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul.
A presidente disse ainda que é preciso reconhecer os momentos difíceis e ter “humildade” para superá-los. “É preciso humildade para reconhecer que se passa por dificuldade, mas também é preciso coragem e dignidade para poder superar as dificuldades”, completou.
Dilma exaltou a construção da ponte e disse que era preciso usar a obra como “inspiração”. “A ponte une, fortalece, junta energia, supera obstáculos”, disse. “O que queremos no Brasil é que se construam pontes. Temos de ter infraestrutura de qualidade para desenvolver indústria e garantir empregos.”
Citando os últimos 13 anos, com o PT no comando do país, Dilma disse que hoje o País é mais forte e se tornou mais capaz de enfrentar crises. “Essa ponte faz parte da nossa construção, faz parte da nossa capacidade de reagir. Podem ter certeza que o Brasil irá voltar a crescer, gerar cada vez mais pontes como essa, gerar emprego.”
A participação na inauguração segue a recomendação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, durante reunião em Brasília nesta terça-feira, recomendou mais uma vez que a presidente adote uma agenda positiva para desviá-la do foco da crise política instaurada a partir da Operação Lava Jato e da apresentação do ajuste fiscal.
A presidente chegou acompanhada do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), e foi recebida aos gritos de “Dilma, Dilma”, mas também teve um “apitaço” de servidores do Judiciário.
Ao discursar no encerramento da cerimônia, Dilma teve que se esforçar para falar mais alto que o som do de apitos e buzinas tocadas por cerca de 100 pessoas que faziam uma manifestação. Entre outras reivindicações, os manifestantes pediam a sanção do projeto de Lei 28/2015, que propõe reajustar os vencimentos dos servidores do Judiciário federal.
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