Paulo Bernardo e Beto Richa são vaiados
Folhapress
Em evento com a presidente Dilma Rousseff, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) e o governador Beto Richa foram vaiados, em Campo Mourão (noroeste do Paraná).
Funcionários dos Correios que estão em greve há 17 dias se manifestaram contra Bernardo quando a presidente Dilma Rousseff o mencionou. Eles reivindicam aumento real de 15% e reclamam de "intransigência" da empresa, que diz só poder oferecer 8% de reajuste.
Um grupo de cerca de 30 carteiros, uniformizados, além de vaiar o ministro, levantou os braços em forma de protesto e gritava frases como "escuta nós" e "vamos conversar". Dilma saiu em defesa de Bernardo.
"Eu vou pedir para vocês não vaiarem o Paulo Bernardo, mas vocês não me vaiem, hein?", afirmou. A presidente teve seu pedido atendido. "Eu sempre apoio uma manifestação. Mas eu estou pedindo [para cessarem as vaias] porque nós estamos aqui num momento de confraternização", disse Dilma.
"É legítimo o pleito de vocês; nós vivemos numa democracia. Todo mundo tem o direito de pleitear. Eu não estou tirando a razão. Mas um abraço para todos vocês." A presidente foi aplaudida.
Já Beto Richa, que discursou antes de Dilma, também foi vaiado ao ser anunciado. Durante sua fala, porém, não houve novas manifestações. A petista não fez referência a esse episódio em seu discurso.
A presidente Dilma Rouseff (PT) disse nesta sexta-feira (4), durante visita ao interior do Paraná, que o governo não leva em conta a filiação partidária de prefeitos e governadores na construção de obras e distribuição dos benefícios dos programas federais. "Aqui no Paraná o governador é da oposição e temos o programa [Bolsa Família] sendo realizado aqui", disse, dando como exemplo a relação com o governador Beto Richa (PSDB).
Ela afirmou que os governadores e prefeitos, independentemente de estarem na situação ou na oposição, ajudam o governo federal no cadastramento dos beneficiários de diversos programas, como o Bolsa Família, e são parceiros na execução desses programas. "Não fazemos distinção, não perguntamos de que partido é. Somos obrigados, por convicção democrática e republicana, a tratar todos os entes federados igualitariamente".
Ela citou como contraexemplo da boa relação entre governo e oposição no Brasil a situação dos Estados Unidos, onde uma batalha no Congresso obrigou o presidente Barack Obama a suspender os serviços não essenciais oferecidos pelo governo. "Nos EUA o governo está parado; aqui, temos relação civilizada".
Campo Mourão
Dilma participou, no início da tarde, da solenidade de inauguração de um trecho da BR-487, mais conhecida como "Estrada Boiadeira", em Campo Mourão (na região Centro-oeste do Paraná). Durante o evento no Parque de Exposições Getúlio Ferrari, ela também distribuiu máquinas para municípios paranaenses e foi assinada a ordem de serviço para duas novas obras em rodovias federais.
Na solenidade, também estavam presentes o governador Beto Richa (PSDB) e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Um grupo de carteiros, em protesto no local, chegou a vaiar o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Dilma disse que não lhes tirava a razão, mas pediu que não vaiassem. Em vários momentos, ela ressaltou também que os investimentos do governo federal são apartidários. Como exemplo, citou o Paraná, cujo governador é da oposição.
Estrada Boiadeira
Na ocasião, a presidente esteve presente na inauguração do Lote 3 da Boiadeira, que corresponde a um trecho de 18,7 quilômetros entre Cruzeiro do Oeste e Tuneiras do Oeste, no Noroeste do Paraná. Foram investidos cerca de R$ 51,7 milhões na estrada, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2).
As obras no local começaram em 2009, mas ficaram interrompidas por três anos, após o Tribunal de Contas da União (TCU) identificar alterações indevidas no contrato. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit), além da pavimentação do trecho, a via foi alargada e foram implantados acostamentos, terceiras faixas e sinalização vertical e horizontal.
Uma ordem de serviço também foi emitida para obras de pavimentação do Lote 2 da Boidadeira, referente aos 20 quilômetros entre Tuneiras do Oeste e o distrito de Nova Brasília (em Araruna), licitadas em R$ 64 milhões.
Outra ordem de serviço assinada autoriza a construção de 110,5 quilômetros da BR-158, no trecho entre Campo Mourão e Palmital, no Centro-oeste. A licitação ocorreu pelo Regime Diferenciado de Contratações Públicas, no valor de R$ 280 milhões. A obra, que também terá investimentos do PAC 2, tem um prazo de execução de 990 dias.
Atualmente, existe apenas um trecho de 73 quilômetros de estrada de chão entre Campo Mourão e Roncador, não havendo ligação direta para Palmital.
A presidente Dilma ainda fez a entrega de 179 equipamentos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) a municípios paranaenses. Foram repassados 103 motoniveladoras, 44 retroescavadeiras e 32 caminhões basculantes com caçamba. O investimento soma R$ 55,7 milhões.
Maringá
Antes de ir de helicóptero para Campo Mourão, a presidente Dilma Rousseff aterrissou em Maringá, por volta das 11h05 desta sexta-feira (4). Já na chegada, falou sobre investimentos no agronegócio por parte do governo federal aos jornalistas. A petista ressaltou a construção de 16 novos armazéns com capacidade para guardar 270 mil toneladas de grãos no Paraná, em Santa Catarina e no Mato Grosso do Sul e um moinho de trigo para a cooperativa Coamo. "O governo federal precisa impulsionar uma cooperativa como a Coamo, que é a maior da América Latina", destacou.
A presidente destacou ainda a força do agronegócio nacional, mas pontuou que o Paraná é um dos estados que mais contribuiu para a produção e reserva alimentícia brasileira. No entanto, disse que apesar dos resultados satisfatórios, ainda há a necessidade de investir em rodovias que que facilitem o transporte dos grãos até os portos do país."Da porteira para dentro, o agronegócio brasileiro está organizado. O produtor sabe como produzir e empreender. Só que da porteira para fora é preciso investir em logística para que possamos escoar e exportar esses grãos."
O programa Mais Médicos foi caracterizado por Dilma como um "primeiro passo" para melhorar a saúde pública no país. Ela reconheceu que a vinda de médicos estrangeiros não é suficiente para atender à demanda, mas que a presença deles ajuda, especialmente, no atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Questionada se o ato não era uma pré-campanha eleitoral, a presidente disse que o objetivo é de ajudar a melhorar a economia do estado. "O critério para entrega das máquinas foi de que o município precisava ter menos de 50 mil habitantes, independentemente do partido político do prefeito."
Enquanto Milei dá exemplo de recuperação na Argentina, Lula mergulha Brasil em crises
Dois anos que exigirão uma longa reconstrução
Quem é Evelyn Matthei, candidata de direita que pode se tornar a nova presidente do Chile
Crime organizado: 23 milhões de pessoas estão em áreas dominadas por 72 facções e milícias