A presidente afastada Dilma Rousseff negou nesta sexta-feira (3) que tenha pago despesas pessoais com dinheiro desviado da Petrobras ou que soubesse de esquemas de corrupção na estatal. Em nota divulgada pela assessoria de Dilma no Facebook, ela anuncia que “tomará as providências devidas na Justiça para reparar todas as acusações difamatórias e caluniosas que foram contra ela proferidas”.
Nesta sexta-feira, o jornal O Globo mostrou que documentos em posse da Procuradoria-Geral da República revelam pagamentos de itens pessoais de Dilma pelo esquema montado na Petrobras, como as idas de Celso Kamura a Brasília, que custavam R$ 5 mil cada.
Dilma, por meio da assessoria, diz que as informações da reportagem são “mentirosas” e “descabidas”. “Jamais, em tempo algum, qualquer despesa pessoal da Presidenta Dilma Rousseff foi paga por esquemas ilícitos ou provenientes de corrupção”, diz a nota.
De acordo com a assessoria da presidente, o cabeleireiro Celso Kamura foi contratado diversas vezes desde a campanha presidencial de 2010, com verba da produtora e também com dinheiro da então presidente para serviços particulares.
“Celso Kamura foi contratado pela própria Presidenta para serviços particulares, sendo remunerado pessoalmente por ela. Estão em poder da Presidenta os comprovantes de pagamento devido aos deslocamentos (São Paulo ou Rio de Janeiro para Brasília) e aos serviços prestados por Celso Kamura”.
A nota reforça que a contratação de Kamura, em 2010, aconteceu quatro anos após a compra da refinaria de Pasadena.
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Adversários de Dilma Rousseff afirmaram nesta sexta-feira que a informação de que as viagens do cabeleireiro Celso Kamura para tratar do penteado da presidente foram pagos com recursos desviados da Petrobras mostra um vínculo direto dela com o esquema.
“É uma vinculação direta. Não tem nada mais direto do que gasto de ordem pessoal. Não é possível que ela vá alegar que não sabe quem pagou o cabeleireiro”, afirmou o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO).
Ele ironizou ainda o fato de que cada deslocamento para atender a presidente custava R$ 5 mil enquanto Dilma faz um discurso em defesa dos mais pobres. “Se para pentear o cabelo da presidente custa R$ 5 mil, imagina o resto? Imagina como é que uma defensora dos pobres gasta R$ 5 mil em cabeleireiro. Nenhum cidadão vai pagar R$ 5 mil por corte de cabelo. Ocorre que, quando se está envolvido em fatos de corrupção como esse, a pessoa não tem responsabilidade com o dinheiro porque não é fruto do seu trabalho”, afirmou Caiado.
A senadora Ana Amélia (PP-RS) avalia que a informação poderá influenciar votos na Casa pelo afastamento definitivo de Dilma. Ela acredita que novos dados semelhantes poderão surgir. “Isso revela que vamos certamente chegar cada vez mais perto. Espero que a Lava Jato mostre tudo que ocorreu e claro que isso terá influência sobre o julgamento aqui no Senado”, afirmou Ana Amélia.
O senador petista Lindbergh Farias (RJ), por sua vez, diz que será preciso apresentar provas da informação. Ele acredita que se trate de afirmação mentirosa. “Tenho certeza que isso é mentira. Quero ver se tem alguma prova. A presidente Dilma é uma pessoa honrada que foi afastada por uma quadrilha parlamentar”, afirmou.
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