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Servidores do Judiciário se mobilizam em frente do Congresso para pressionar pela derrubada do veto ao projeto de reajuste de seus salários em até 78,56%. | Valter Campanato/Agência Brasil
Servidores do Judiciário se mobilizam em frente do Congresso para pressionar pela derrubada do veto ao projeto de reajuste de seus salários em até 78,56%.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff ofereceu ao PMDB cinco ministérios para recompor a base aliada na Câmara e no Senado e, assim, evitar a derrubada de vetos presidenciais à chamada “pauta-bomba”, que aumenta os gastos da União em R$ 36 bilhões até 2019. A oferta de Dilma deu certo e a bancada de deputados peemedebistas fechou questão para manter os vetos de Dilma.

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A sessão do Congresso para apreciar os vetos avançou a madrugada desta quarta-feira (23). O Planalto passou o dia articulando a manutenção dos vetos. Inicialmente, o governo pretendia adiar a votação. Mas teve que mudar de estratégia para acalmar o mercado que, diante das incertezas de que o governo não conseguiria aprovar o ajuste fiscal, levou a uma disparada do dólar, que alcançou a cotação mais alta da história, ultrapassando os R$ 4.

A alta expressiva do dólar, que ameça alimentar ainda mais a inflação, fez a presidente Dilma Rousseff decidir que era melhor fazer uma ofensiva e pôr em votação os vetos, para dar um sinal positivo para o mercado. Mas, para isso, era preciso reconquistar a base e também parlamentares da oposição. Vários ministros foram ao Congresso para convencer os aliados pela manutenção dos vetos.

O PMDB foi o alvo preferencial, com a oferta de cinco ministérios na reforma que será promovida pela presidente. A bancada peemedebista na Câmara deve indicar dois nomes, um para a Saúde, e outro para uma pasta da área de infraestrutura que deverá ser criada. As duas pastas são atrativas porque vão dispor dos maiores orçamentos da Esplanada. Além disso, a bancada do PMDB no Senado também deve indicar outros dois ministros. O quinto seria um nome de consenso entre as bancadas das duas Casas.

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Apesar de ter “acalmado” o PMDB com a oferta de cinco ministérios, a presidente Dilma Rousseff ainda terá uma relação tensa com o principal partido aliado. Na mesma reunião em que decidiu aceitar a oferta da presidente, a bancada peemedebista na Câmara do Deputados chegou a discutir a proposta de abandonar a base aliada, que não foi aceita.

Apesar disso, há consenso na cúpula peemedebista sobre a fragilidade de Dilma. E uma parcela expressiva dos peemedebistas acha que a deterioração do cenário econômico nos próximos meses aumentará a insatisfação da população com o desempenho da presidente e não veem possibilidade de reação que tire Dilma das cordas. Segundo o Datafolha, a presidente tinha apenas 8% de aprovação em agosto.

Nas palavras de um líder do partido ouvido pela reportagem, o PMDB não deve “enforcar o governo”, mas “deixará a corda solta para que este mesmo o faça”.

Além disso, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) é visto como o possível sucessor de Dilma no caso de um impeachment.

Hoje, o partido comanda seis pastas. Na cota do Senado estão a Pesca, Agricultura e Minas e Energia. Na cota da Câmara, Turismo. Já na cota do vice-presidente, Michel Temer, estão os Portos e a Aviação Civil.

O PT se convenceu de que precisa se sacrificar para garantir apoio a Dilma. “Pela governabilidade, o PT tem que ceder espaço aos aliados”, disse o senador Paulo Rocha (PT-PA). O Ministério da Saúde, ofertado ao PMDB, por exemplo, hoje é comandado pelo PT.

Além disso, o partido também começou a se movimentar para afastar o ministro Aloizio Mercadante (PT) da Casa Civil. Mercadante é visto por peemedebistas como um entrave às articulações políticas. A corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no PT, concluiu que a reforma ministerial prometida pela presidente Dilma Rousseff será inócua caso ele permaneça.

A avaliação é de que seria nociva sua convivência com o ministro Ricardo Berzoini, que desponta com potencial articulador do governo. O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Edinho Silva, já foi avisado da decisão. Um parlamentar será encarregado de torná-la pública. Dilma, por ora, prefere manter Mercadante.

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