A presidente Dilma Rousseff deverá chegar no fim da tarde desta sexta-feira em Fortaleza para o Encontro do Diretório Nacional do Partido do Trabalhadores (PT). O evento deverá reunir cerca de 250 pessoas , entre integrantes da executiva nacional e estadual do partido, deputados e convidados. A presença da presidente pode significar um entendimento com a ala mais à esquerda do partido, que questiona as escolhas ministeriais de Dilma e cobra uma relação mais próxima no novo mandato. Contrariando a expectativa dos petistas, Lula não participará do evento.
A presidente participará de uma mesa logo às 19 horas, onde estará presente o governador eleito no Ceará, Camilo Santana (PT). Dilma deverá falar sobre as medidas de ajuste da economia. Apesar de divergências internas, o vice-presidente nacional do partido, José Nobre Guimarães, afirma que o PT deve apoiar Dilma as medidas para ajuste fiscal.
"Nosso papel é discutir a política geral, os rumos políticos e estratégias do governo, não ficar discutindo ministro A ou B, pois quem escolhe ministro é a presidenta", disse Guimarães.
Já o presidente do partido no Ceará, Francisco Assis Diniz, aponta que "o PT tem que estar preocupado para cobrar, de quem quer que esteja no ministério, que implemente o programa das urnas":
"Nós não podemos permitir que o programa e o debate desta eleição tenha qualquer desvio daquilo que esteve no debate da sociedade. Então, o nome deste ou daquele ministro não pode fugir, a princípio, do que nós aprovamos eleitoralmente em um processo de muita discussão com a sociedade", disse.
Na reunião de Fortaleza devem ser discutidas também as ações que o partido vai realizar nos próximos meses. Como será o primeiro evento geral após o período eleitoral, o encontro servirá também para fazer um balanço das eleições.
Embora o PT possa perder espaço neste segundo mandato, no que diz respeito a pastas ministeriais, o vice-presidente nacional do partido , José Nobre Guimarães, parece não se importar com o quadro.
"O PT tem a presidência da república e ocupará espaço de acordo com as necessidades da presidenta, não estamos preocupados com isso, nossa preocupação é dar conta do desafio que é aglutinar e dialogar com a militância, e, principalmente com a sociedade, este é o centro da nossa estratégia aqui", defendeu Guimarães.
Com relação à militância petista, que foi às ruas neste segundo turno, e a possibilidade de que haja um afastamento da base do partido por conta das escolhas ministeriais da Fazenda e Agricultura, José Guimarães acredita que o movimento não se enfraquecerá. Segundo ele, a presidente irá dialogar com a base.
Além de Dilma, comparecerão ao encontro o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o senador Humberto Costa e o governador eleito do Ceará Camilo Santana.
Segundo José Guimarães, o PT escolheu o Ceará como forma de "privilegiar" núcleos da legenda do Nordeste, para ele, a região terá forte impacto nas decisões políticas da sigla:
"É uma forma também de reconhecer a grande vitória que tivemos no Ceará. É a primeira vez que o PT irá governar o Estado", disse.
Nas eleições deste ano, além de Dilma, o PT elegeu 70 deputados federais, 13 senadores e cinco governadores.
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