A presidente Dilma Rousseff queixou-se nesta quinta-feira (5) de que depende da iniciativa privada oferecer 26 mil bolsas no exterior para que o programa Ciência sem Fronteiras, de graduação e pós-graduação no exterior, alcance sua meta.
Ela disse, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão, que o governo pretende anunciar a segunda etapa do programa, que já ofereceu 74 mil bolsas no exterior, entre alunos de graduação e pós-graduação. "Nós vamos bancar [uma meta de] 101 mil [bolsistas]. O que faltar, o governo federal vai bancar. Espero que não falte, né, Guido [Mantega, ministro da Fazenda], que ficou com a tarefa de conseguir que se cumpra os 26 mil anteriormente concebidos para a iniciativa privada, porque eram 75 mil para o governo e 26 mil para a iniciativa privada", disse a presidente durante seu discurso.
"Estou pedindo aqui para a iniciativa privada ver se segura os 26 mil, caso contrário nós vamos ter de bancar a diferença, o que faltar, porque não tem cabimento a gente não cumprir a meta", afirmou. O Ciência sem Fronteiras é um dos carros-chefe do governo Dilma na área da educação. O Planalto chegou a estudar reduzir a meta do programa, que sempre foi considerada desproporcional até mesmo para o alto escalão do governo.
A proposta conjuga financiamento estatal do intercâmbio no exterior, por meio de agências de fomento como Capes e CNPq, e dinheiro privado, que seria pago por entidades como a CNI (Confederação Nacional da Indústria), Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e associações de construtoras.
Desde o lançamento, o Ciência sem Fronteiras acumula problemas como atraso no pagamento de bolsas, redução da nota mínima de inglês e manutenção de alunos sem nível mínimo de inglês. Para especialistas, os problemas têm origem no gigantismo da proposta e no curto prazo para a implementação.
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