A pré-candidata do PT à Presidência da República, a ex-ministra Dilma Rousseff, disse hoje que concorda com o alerta do presidente da RGE Monitor, economista Nouriel Roubini, de que o Brasil não pode pensar apenas na taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mas também num projeto de desenvolvimento. Dilma se referiu ao economista, que a antecedeu numa palestra no "Fórum Exame - A construção da quinta maior economia do mundo", que acontece em São Paulo. "Temos de continuar tirando as pessoas da pobreza. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tirou 24 milhões de pessoas da miséria", afirmou.
A presidenciável citou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1990-1994, que, segundo ela, apontavam a existência de 73 milhões de pessoas na miséria. "Então, temos ainda mais 50 milhões vivendo na pobreza", disse em rápida entrevista. Ainda de acordo com Dilma, sempre houve no Brasil a ideia de que era necessário crescer primeiro para depois "repartir o bolo". "Nós mostramos que podemos dividir o bolo e crescer", explicou a pré-candidata.
A petista também ressaltou que o País precisa manter a estabilidade macroeconômica para se desenvolver. "Ninguém pode imaginar crescimento sem inflação sob controle, redução da taxa de endividamento e taxa de juro real alta", explicou Dilma, afirmando que "há que se buscar uma taxa de crescimento média de 5,5%". A presidenciável disse ainda concordar com afirmação de Roubini de que investimento e educação são elementos fundamentais para o crescimento. "Porque sem educação de verdade não se pode pensar em crescer", afirmou.
Quando se fala em educação de qualidade, segundo Dilma, tem de se pensar num professor com boa formação para atuar desde o ensino fundamental até o superior. Ainda de acordo com a petista, o Brasil precisa aproveitar o "bônus demográfico" que tem, com mais pessoas em idade ativa e menos dependentes, como idosos e crianças. Dilma também se referiu durante a entrevista ao que chama de "Projeto Global de Nação": o desafio de combinar questões sociais com as de caráter econômico. "Está posto na nossa agenda que podemos ser uma economia não só de crescimento, mas também de desenvolvimento. As bases para isso já foram lançadas. Falta conciliar medidas pontuais com reformas estruturais", disse a pré-candidata.
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