O processo que analisa a abertura de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) seguirá para o Senado. O voto derradeiro que deu garantias legais para que o procedimento agora seja avaliado pelos senadores foi do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE).
Confira em tempo real o placar do impeachment
Veja o passo a passo da votação no Senado
“Da minha voz saiu o grito de esperança de milhões de brasileiros. Senhoras e senhores, Pernambuco nunca faltou ao Brasil. Carrego comigo nossas histórias de luta pela liberdade e democracia. Por isso digo ao Brasil sim pelo futuro”, disse Araújo.
Para que o impeachment passasse no plenário da Câmara dos Deputados, a oposição precisaria do apoio de 342 dos 513 parlamentares. O número exato foi alcançado às 23h07, mais de cinco horas após o início da sessão.
A votação deste domingo histórico teve início com a bancada de deputados de Roraima. Depois, foi a vez do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amapá e Pará. Paraná foi o sexto estado a ser representado na sessão. 26 deputados do estado votaram sim, e quatro, não.
Em seguida, foi a vez do Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rondônia, Goiás, Distrito Federal, Acre, Tocantins, Mato Grosso, São Paulo, Maranhão, Ceará, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.
A votação terminou com 367 votos favoráveis ao impeachment e 137 contra – sete se abstiveram e dois não estavam presentes.O último voto foi de Ronaldo Lessa (PDT-AL), que declarou ser favorável ao impedimento da presidente Dilma Rousseff.
Futuro
Com isso, Dilma se une a Fernando Collor (PTC) no rol de mandatários que tiveram o impeachment aberto pela Casa após a redemocratização do Brasil – o hoje senador alagoano acabou renunciando antes do julgamento que lhe cassou direitos políticos. Em 1999, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) escapou da abertura após vencer recurso em plenário o pedido do PT.
A partir da publicação do resultado, o Senado terá dois dias para receber a comunicação da abertura e formar uma comissão especial para analisar a admissibilidade do caso. Hoje a tendência é de que os senadores também aprovem a abertura do processo.
Se isso ocorrer, Dilma será afastada por até 180 dias e julgada pelo plenário da Casa, em rito comandado pelo ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal.
Assumirá então a Presidência, durante o julgamento, o vice Michel Temer (PMDB). Rompido publicamente com Dilma desde dezembro e acusado pela ex-companheira de chapa de ser golpista e conspirador, Temer passou as últimas semanas angariando apoio para o impedimento e articulando a viabilidade política de seu governo.
Já Dilma e seu mentor político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, passaram os últimos dias em um verdadeiro cabo de guerra para tentar esvaziar a vantagem do voto pró-impeachment.
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