Com obras da primeira e segunda etapas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) travadas ou atrasadas em até seis anos, o governo da presidente Dilma Rousseff já prepara o PAC 3 para ser executado a partir de 2015. Com previsão de lançamento em abril, em pleno ano eleitoral, o programa terá perfil voltado para obras de caráter social e urbano, com impacto no dia a dia das pessoas e que atendam às demandas das ruas. "São coisas mais ágeis e que possam mostrar resultado logo", disse um técnico a par das discussões que têm ocorrido nas últimas semanas.
O PAC 3 vem sendo inspirado pelas manifestações de rua ocorridas a partir de junho de 2013, quando surgiram pressões populares por melhorias nos serviços públicos, principalmente de transporte. Mobilidade urbana em grandes e médias cidades, portanto, é um dos pontos centrais do programa em elaboração, que deverá ter destaque também para a adaptação de rodovias que façam o contorno de cidades e a pavimentação de vias urbanas para aliviar o trânsito local.
Outro empreendimento certo e de grande impacto popular é a expansão de redes de telecomunicações para oferecer uma banda larga melhor, com a ampliação do PAC Cidades Digitais.
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Com um PAC mais popular, preparado sob inspiração do marqueteiro João Santana, o governo também poderá retomar a imagem de Dilma como "mãe do PAC", algo que, avalia-se, ajudou a presidente a se eleger em 2010.
Também devem entrar na nova etapa do PAC obras de saneamento básico e do programa Minha Casa Minha Vida, que afetam mais diretamente a qualidade de vida das pessoas do que refinarias ou ferrovias, por exemplo.
Justificativa
O governo federal justificou o lançamento do PAC 3 à necessidade de organizar um novo ciclo de investimentos. Em nota, o Ministério do Planejamento declarou que, "por responsabilidade institucional e compromisso com a continuidade dos investimentos no país, o governo deve começar a organizar um novo ciclo de investimentos, inclusive para atender a peças de planejamento como o novo Plano Plurianual".
"Desde o início do PAC 2, obras complexas e de maior tempo de execução já tinham previsão de conclusão após 2014", diz a nota. "E outras, caso não sejam concluídas, terão continuidade em outro ciclo de investimentos", completa a nota do ministério.