Vista da Esplanada dos Ministérios: Reforma ministerial deve sair na segunda quinzena de março. Trocas no primeiro escalão vão beneficiar PDT, PR, PMDB e PSD| Foto: José Cruz/ABr

Novo aliado

PSD vai consultar estados sobre adesão ao governo federal

A direção nacional do PSD vai fazer uma consulta aos diretórios estaduais do partido sobre a adesão à base de apoio do governo Dilma Rousseff no Congresso Nacional. A decisão abre caminho para a entrada do partido no ministério.

Segundo o primeiro-secretário e líder da legenda na Câmara, o paranaense Eduardo Sciarra, o partido deve chegar a um acordo sobre o posicionamento nacional em meados de março. Por enquanto, o nome mais cotado é o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, que ficaria com o novo Ministério da Micro e Pequena Empresa.

PMDB

Depois do PSD, o PMDB é o partido com mais chances de ganhar novos espaços no ministério. Atualmente, a legenda comanda cinco ministérios (Minas e Energia; Previdência Social; Agricultura; Turismo e a Secretaria de Assuntos Estratégicos). A tendência é que a legenda também fique com o Ministério de Ciência e Tecnologia. O favorito para a vaga é o deputado federal Gabriel Chalita, quarto colocado na disputa pela prefeitura de São Paulo em 2012 e que apoiou o petista Fernando Haddad no segundo turno contra José Serra (PSDB).

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Helena Chagas: sem reforma ministerial
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Às vésperas de realizar mu­­­danças no ministério, a presiden­­te Dilma Rousseff retomou o diálogo com lideranças políticas que ficaram marcadas pela "faxina" de 2011. Os ex-ministros dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR), e do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), foram recebidos na semana passada em audiências no Palácio do Planalto. As trocas no primeiro escalão também devem abrir espaço para o PMDB e o PSD.

Entre junho de 2011 e fevereiro de 2012, Dilma substituiu sete ministros envolvidos em denúncias de corrupção. Dois deles eram do PMDB e os demais do PT, PR, PCdoB, PDT e PP. As quedas começaram com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci (PT), sob a acusação de enriquecimento ilícito.

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INFOGRÁFICO: Veja os partidos que devem ser beneficiados com a reforma ministerial

Nascimento foi o segundo da lista. Ele foi demitido em meio a suspeitas de superfaturamento envolvendo servidores da pasta. Depois, reassumiu o mandato de senador pelo Amazonas.

Sexto alvo da "faxina", Lupi saiu em dezembro, após denúncias sobre a existência de um suposto esquema de cobrança de propina de ONGs contratadas pelo governo para a capacitação de trabalhadores. Além disso, o pedetista também teria usado um avião alugado por um empresário ligado a uma ONG que, na época, tinha contratos com o ministério.

A situação dos dois é parecida. Após deixar a Es­­planada, ambos continuaram como presidentes nacionais de suas legendas. Além disso, foram substituídos por nomes que têm vinculação com seus partidos, mas que não representam os grupos internos mais fortes.

Paulo Passos é filiado ao PR, mas nunca disputou eleições. Economista e funcionário de carreira do Ministério dos Transportes desde 1973, é visto pelos colegas como uma escolha pessoal da presidente, com quase nenhuma influência sobre os 34 deputados federais e quatro senadores da sigla. Já Brizola Neto, apesar de ser deputado federal pelo Rio de Janeiro, tem encontrado dificuldades para aglutinar o PDT.

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A partir das novas conversas com Lupi e Nascimento, Dilma tenta reagrupar o apoio dos dois partidos. Por outro lado, assume o desgaste de voltar a negociar com lideranças já envolvidas em escândalos. "Em virtude da fragilidade da vida política brasileira, fica difícil negociar com os partidos em bloco, o jeito tem sido se render aos caciques", avalia o professor de Ética e Filosofia Política da Universidade Estadual de Londrina Elvis Cenci. No xadrez da reforma ministerial, tanto Nascimento quanto Lupi devem ter peso na indicação de novos nomes, mas não para voltar aos cargos. No PR, o mais cotado para assumir uma vaga é o senador Blairo Maggi (PR-MT), que poderia ficar com os Transportes ou a Agricultura. No PDT, a hipótese é a escolha de outro parlamentar para o Trabalho, como o atual líder do partido na Câmara, André Figueiredo (CE).

Para diminuir pressões, Planalto nega mudanças

Folhapress

A ministra Helena Cha­­­gas, da Secretaria de Comu­­­nicação, negou ontem que a presidente Dilma Rousseff esteja fazendo uma reforma ministerial "neste momento". Ela foi pessoalmente ao comitê de imprensa do Palácio do Planalto para fazer o comunicado, depois de conversar com a presidente.

Foi Dilma quem pediu a ministra para anunciar oficialmente que não há, por ora, mudanças na Esplanada dos Ministérios. O movimento é interpretado por aliados como uma tentativa de esfriar as pressões e dar tempo a Dilma, que enfrenta dificuldades para atender a todos os pleitos dos governistas.

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Mudanças pontuais no governo eram esperadas para janeiro, mas a presidente tem adiado a decisão de acomodar novos e velhos aliados. A expectativa é que as mudanças sejam efetivadas na segunda quinzena de março. Enquanto isso, aumenta a cada dia a pressão dos partidos por mais espaço na Esplanada dos Ministérios.

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