| Foto: Lula Marques/ Agência PT

A presidente Dilma Rousseff pretende anunciar um “pacote de bondades” no evento do Dia do Trabalhador promovido pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), na capital paulista.

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Diante da possibilidade de ser afastada do cargo no próximo mês, ela orientou assessores e auxiliares a avaliar a viabilidade de reajustar a tabela do Imposto de Renda na Fonte, que não foi corrigida neste ano, e de conceder aumentos tanto para os benefícios do Bolsa Família como para algumas categorias federais.

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Segundo assessores, a ideia é, no domingo, na capital paulista, ela anunciar medidas para os trabalhadores, fazendo um aceno efetivo à base social do PT e um contraponto ao vice-presidente Michel Temer, que pretende fazer um pente-fino programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.

A petista passou a avaliar um aumento dos pagamentos do Bolsa Família depois de ser informada que a medida faz parte dos planos do vice-presidente caso ele assuma o Palácio do Planalto.

Auxiliares da presidente anteciparam que, apesar das restrições fiscais, Dilma pediu ao Ministério da Fazenda que busque viabilizar pelo menos o aumento do Bolsa Família. No caso da tabela do IR, a equipe econômica considera difícil realizar um reajuste da tabela agora.

No caso do Bolsa Família, havia no orçamento R$ 1 bilhão reservado para o reajuste do benefício, mas que acabou sendo remanejado para outras áreas diante dos cortes de despesas efetuados neste ano. Um novo remanejamento de verbas poderia ser feito, recompondo a previsão orçamentária original.

O secretário do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira ponderou que, sem a revisão da meta fiscal para 2016, não há espaço para promover novos gastos, argumento que vinha sendo utilizado dentro do governo antes de a presidente dar a nova orientação.

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“Esse assunto [reajuste do Bolsa Família] poderá ficar para quando a nova meta [fiscal] for aprovada”, disse.

O Palácio do Planalto também avalia a possibilidade de conceder reajuste salarial para algumas categorias federais, entre elas a Polícia Federal.

O objetivo é reforçar o discurso de que o governo petista foi o responsável pela autonomia da Polícia Federal e estimulou a atuação da categoria na Operação Lava Jato.

Nesse sentido, na última segunda-feira (25), o ministro Eugênio Aragão publicou portaria que reitera autonomia orçamentária e financeira para a corporação policial.

O governo federal enfrenta uma das piores crises fiscais da história recente. Apenas nos três primeiros meses do ano, o rombo já alcança R$ 18 bilhões, mesmo com a receita extra de R$ 11 bilhões oriunda da venda de hidrelétricas no final de 2015.

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Para evitar um novo panelaço, a presidente não fará pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão no Dia do Trabalho e, como decidiu ir ao evento em São Paulo, não deve divulgar vídeo em redes sociais.

No palco, a ideia é ela adotar um discurso no qual defenderá as conquistas das gestões petistas e criticará eventuais retrocessos em um possível governo peemedebista.

Convidado pela Força Sindical, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) decidiu não participar de evento da entidade sindical. O objetivo é evitar que o gesto seja interpretado como uma tentativa de antecipar o desfecho do processo de impeachment.