O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) afirmou que a presidente Dilma Rousseff pediu ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que permaneça no cargo. O deputado, conhecido como Paulinho e também presidente da Força Sindical, disse que ouviu esse relato do próprio ministro após o encontro de Lupi com a presidente. As declarações do deputado não seguem a mesma linha das informações obtidas por fontes do Palácio do Planalto de que Dilma aguarda mais explicações de Lupi.
"Ele (Lupi) disse com todas as letras que a Presidente quer que ele fique. Ele disse que ela considerou as denúncias frágeis e que ele deveria ficar. O ministro disse à Presidente que quer ficar para enfrentar as denúncias. Ele vai ficar e o partido vai apoiar. A Dilma pediu para ele ficar e ele vai ficar", disse Paulinho, em entrevista na Câmara, após conversar com Carlos Lupi.
A situação de Lupi voltará a ser avaliada em reunião da coordenação do governo na tarde de hoje com a presidente Dilma. Pela manhã, depois do encontro com Lupi, um interlocutor da presidente afirmou que Lupi terá de ser muito convincente nas explicações para ser mantido no cargo. Ele foi desmentido pelo dono da ONG Pró-Cerrado, Adair Meira.
O ministro irá na quinta-feira (17) ao Senado para depor sobre o caso. "Amanhã vamos dar muita maracujina para ele", brincou o deputado Paulo Pereira da Silva. Há um entendimento que o ministro está se enrolando nas próprias declarações, piorando sua situação no governo. Lupi supostamente usou favores da ONG Pró-Cerrado, entidade que tem contratos em torno de R$ 13,9 milhões com o Ministério do Trabalho. O ministro viajou ao Maranhão, em 2009, em um avião particular arranjado por Adair Meira. Em depoimento na Câmara, na semana passada, ele negou que conhecesse o dono da ONG.
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