| Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência

A presidente Dilma Rousseff deu posse neste sábado a três novos ministros: o deputado federal Antonio Andrade (PMDB-MG) assumiu o Mi­­­nistério da Agricultura; Mo­­reira Franco (PMDB-RJ) foi para a Secretaria de Aviação Civil; e Manoel Dias (PDT-RJ) para o Ministério do Trabalho. Dilma aproveitou a solenidade para rebater, de forma indireta, as críticas de que as mudanças atendem ao interesse da presidente de montar, desde já, alianças eleitorais para 2014. Ela afirmou que a reforma ministerial tem o objetivo de garantir a governabilidade.

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"A capacidade de estruturar coalizões é fundamental, principalmente em um país com essa complexidade [do Brasil]", disse Dilma. Ela afirmou ainda que uma coalizão é um "compartilhamento" do governo com outros partidos. E destacou que países em que há incapacidade de formar coa­­lizões enfrentam processos de deterioração da governabilidade e, consequentemente, crise política. Dilma citou especificamente o caso atual da Itália, que não consegue compor um governo estável, e dos EUA, onde democratas e republicanos não se entendem sobre os cortes orçamentários.

Insatisfeitos

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Embora Dilma assegure que busca apenas obter apoio no Congresso, a reforma contempla alas do PMDB e do PDT que estavam insatisfeitas e que poderiam não garantir apoio à reeleição dela no ano que vem.

O novo ministro da Agri­­­­cultura, Antonio Andrade, é do PMDB de Minas Gerais, que ameaçava apoiar o tucano Aécio Neves em 2014. O exministro Mendes Ribeiro, peemedebista gaúcho, enfrenta um câncer e sua saída da pasta era tida como certa.

O PMDB ainda ganhou a pasta da Aviação Civil com Moreira Franco. O ex-ministro Wagner Bittencourt não é filiado a nenhum partido. A posse de Franco atende aos interesses do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líder do partido na Câmara, que vinha manifestando descontentamento com o governo. Moreira é aliado de Cunha.

Já Manuel Dias é fortemente ligado ao ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, que deixou a pasta em 2011 acusado de mau uso de dinheiro público. Apesar de demitido na "faxina" de Dilma, Lupi manteve a presidência nacional do PDT. O ex-ministro do Trabalho Brizola Neto, embora pedetista, não tem influên­­­cia na cúpula partidária – essencial na hora de montar alianças eleitorais.