A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, desafiou nesta terça-feira a oposição a comparar as realizações dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, alimentando a polêmica iniciada pelo ex-presidente no fim de semana.
Em artigo na imprensa no domingo intitulado "Sem Medo do Passado" e em palestra a prefeitos tucanos no fim de semana, Fernando Henrique cobrou que o "lulismo" compare "sem mentir e sem descontextualizar". Na segunda-feira, ele disse que Dilma não é líder, mas reflexo de um líder.
"Se quiserem comparar, nós vamos comparar número por número, casa por casa, obra por obra, escola por escola, emprego por emprego", ressaltou Dilma durante discurso em Governador Valadares (MG), onde o presidente Lula inaugurou obras e projetos.
"Nós temos orgulho do nosso governo e temos orgulho do líder que nos lidera nesse governo, que é o presidente Lula."
A estratégia do governo é transformar a eleição presidencial de outubro em uma espécie de plebiscito. Pré-candidata do PT à Presidência da República, a ministra Dilma Rousseff lembrou que é mineira e tentou demonstrar simpatia durante sua fala. No entanto, cometeu duas gafes.
Primeiro, confundiu-se e chamou Governador Valadares de Juiz de Fora, outra cidade mineira. Em seguida, referiu-se às obras de saneamento e habitação que a comitiva presidencial visitou na Vila Palmeiras dizendo que o local era Vila Palmares.
Citando o esforço do governo para a construção de casas populares e criticando os antecessores de Lula, Dilma destacou que as ações do governo devem ter o objetivo de mudar a vida das pessoas.
"Não fizeram olhando os mais pobres, fizeram olhando os remediados, uma classe média", comentou.
A ministra ainda alfinetou indiretamente o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), provavelmente seu principal adversário na eleição. O tucano enfrenta problemas de enchentes no Estado.
"Quando ocorre um alagamento, quando ocorre um desbarrancamento, o pessoal fica espantado porque quem morre são os mais pobres", disparou.
"Morrem os mais pobres porque não teve uma política habitacional nesse país que fizesse com que essas pessoas não fossem obrigadas a morar na beira do córrego, na beira do rio, na beira da lagoa, num fundo de vale ou na encosta de um morro."
Dilma argumentou ainda que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tem o mérito de executar obras em lugares que nunca antes tinham recebido atenção do poder público, e frisou que a segunda edição do programa garantirá a continuidade desses avanços.
"Nós vamos transformar cada vez mais o Brasil."
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