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Para a presidente Dilma Rousseff, antes, no governo FHC, a corrupção na Petrobras não "havia sido investigada e descoberta" | Pedro Ladeira/Folhapress
Para a presidente Dilma Rousseff, antes, no governo FHC, a corrupção na Petrobras não "havia sido investigada e descoberta"| Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Outro lado

FHC diz que petista usa tática "do bate a carteira e grita ‘pega ladrão’"

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) publicou nesta sexta-feira (20) nota rebatendo declarações da presidente Dilma Rousseff (PT) sobre corrupção na Petrobras na década de 90. No ataque mais duro à petista, FHC diz que ela lançou mão de uma tática "infamante", "da velha anedota do punguista que mete a mão no bolso da vítima, rouba e sai gritando ‘pega ladrão’". FHC disse que, com a fala de Dilma, se sentiu "forçado a reagir". Para o ex-presidente, a petista deveria "fazer um exame de consciência" em vez de "tentar encobrir suas responsabilidades, jogando-as sobre mim".

A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira (20) que, se os casos de corrupção na Petrobras tivessem sido investigados na década de 1990, quando o país era governado pelo PSDB, os desvios na estatal poderiam ter sido estancados e não teriam se perpetuado por tanto tempo.

"Olhando os dados que vocês mesmos divulgam nos jornais, se em 96 ou 97 tivessem investigado e tivessem naquele momento punido, nós não teríamos o caso desse funcionário da Petrobras que ficou durante quase 20 anos [atuando em esquema] de corrupção. A impunidade, e isso eu disse durante toda a minha campanha, a impunidade leva água para o moinho da corrupção", afirmou Dilma, após cerimônia diplomática no Palácio do Planalto.

Em sua fala, a presidente fez referência ao depoimento do executivo ligado à Toyo Setal, Augusto Mendonça, feito à Justiça Federal do Paraná no âmbito das investigações da Operação Lava Jato. Mendonça afirmou que o chamado "clube de empreiteiras" passaram a combinar entre si os resultados das licitações em meados da década de 1990, durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

"Não que antes não existia [corrupção], é que antes não tinha sido investigado e descoberto. Porque quando se investiga e descobre, as raízes surgem. E quando surgem as raízes das questões você impede que aquilo se repita e que seja continuado", completou Dilma.

A presidente voltou a defender a atuação dos órgãos de investigação que atuam no caso, como a Polícia Federal e o Ministério Público, repetindo discurso usado durante a campanha de reeleição.

"Hoje acho que um passo foi dado no Brasil e é esse passo que eu acho que a gente tem que olhar e valorizar. Atualmente, em todos os órgãos, não tem engavetador da República, não tem controle sobre a Polícia Federal, nós não nomeamos pessoas políticas para os cargos da Polícia Federal e isso significa que junto com o MP [Ministério Público] e com a Justiça está havendo no Brasil um processo de investigação como nunca foi feito antes no Brasil", disse.

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