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Ao chegar ao aeroporto internacional de Porto Príncipe, Dilma foi recebida por Martelly e pelo primeiro-ministro haitiano, Gary Conille | EFE
Ao chegar ao aeroporto internacional de Porto Príncipe, Dilma foi recebida por Martelly e pelo primeiro-ministro haitiano, Gary Conille| Foto: EFE

A presidente Dilma Rousseff chegou nesta quarta-feira (1º) ao Haiti para conversar sobre questões econômicas e de imigração, após uma visita a Cuba, onde assinou acordos comerciais e conheceu o ícone revolucionário Fidel Castro.

Dilma foi recebida em Porto Príncipe pelo presidente haitiano, Michel Martelly, e pelo primeiro-ministro, Garry Conille. Uma grande faixa no aeroporto dizia "Bem-vinda à nossa casa".

Os líderes se dirigiram imediatamente ao palácio presidencial para iniciar as negociações, que devem se focar nos esforços do Brasil para lidar com os refugiados haitianos que chegam ao país desde janeiro de 2010, quando um terremoto devastador atingiu o Haiti.

Na segunda-feira, o Brasil anunciou que alocou mais de 500 mil dólares para ajudar os mais de 4 mil imigrantes haitianos que estão recebendo o visto de residência permanente.

Os estados do Acre e do Amazonas, que fazem fronteira com o Peru, viram chegar ao país um grande número de haitianos ilegais desde o terremoto, que deixou 15% de toda a população do Haiti - de quase 10 milhões de pessoas - desabrigada ou morta.

O Brasil também lidera a MINUSTAH, a missão militar da ONU no Haiti.

Em Cuba, Dilma, que lidera a maior economia da América Latina, se reuniu com o presidente cubano Raúl Castro e também conversou com seu irmão e antecessor, Fidel Castro, de 85 anos.

A presidente brasileira assinou acordos para criar um banco de dados geológicos, reforçar o Centro de Tecnologia e Qualidade do ministério da Indústria Siderúrgica e criar uma rede de bancos de leite materno.

No âmbito dos acordos, o Brasil enviará especialistas para supervisionar a implementação dos projetos e para treinar especialistas cubanos no Brasil.

Dilma também visitou o porto de Mariel, 50 km a oeste de Havana, onde o Brasil destinou 450 milhões de dólares para financiar a expansão das instalações portuárias.

O comércio bilateral atingiu um recorde de 642 milhões de dólares em 2011, fazendo do Brasil o segundo maior parceiro comercial de Cuba na América Latina, atrás da Venezuela.

Mas as exportações brasileiras para Cuba atingem 550 milhões de dólares, deixando este intercâmbio comercial em claro desequilíbrio, que ambos os lados querem corrigir.

Na terça-feira, Dilma recusou-se a criticar a posição de Cuba em relação aos direitos humanos, dizendo que o problema não deve ser utilizado como uma arma de combate político-ideológico.

"Que atire a primeira pedra quem não tiver telhado de vidro. Nós temos no Brasil. Sendo assim, concordo em falar de direitos humanos de uma perspectiva multilateral", disse Dilma à imprensa no Palácio da Revolução.

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