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Os pré-candidatos à Presidência da República que participaram nesta terça (25) de um encontro promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, apontaram o sistema tributário como um dos principais problemas da economia do país.

O encontro começou com uma exposição que durou 50 minutos. Líderes empresariais apresentaram estudos da CNI. Nessa etapa do encontro, os três presidenciáveis permaneceram juntos no auditório. Depois, cada um fez, separadamente, a própria exposição e respondeu a perguntas dos industriais.

Dilma Rousseff (PT), a primeira a falar, afirmou que a situação tributária é "caótica". "Há uma sobreposição de legislações e de níveis de incidência de impostos, o que onera empresas e o governo. O ato de arrecadar fica caríssimo. A agenda da reforma, simplificando o sistema, eu tenho defendido. Acredito que seja o grande passo no sentido da competitividade", afirmou. De acordo com a pré-candidata, a reforma tributária é "a reforma das reformas".

José Serra (PSDB) apontou a carga tributária brasileira como a "maior do mundo". "Temos a maior taxa de juros do mundo e a maior carga tributária do mundo, entre todos os países emergentes ou em desenvolvimento. O Brasil tem a maior carga tributária de todos", disse ele, acrescentando que os juros, e também o câmbio desvalorizado, são uma "distorção" no país".

A pré-candidata do PV, Marina Silva, disse que é possível fazer uma reforma tributária (do sistema de impostos e contribuições do governo, estados e municípíos), mas não com "falsas expectativas". "Não é fácil. Tem 16 anos que essa questão entrou na agenda como sendo importante e estratégica. As pessoas assumem o compromisso com a reforma, e quando ganham fazerm a reforma do compromisso e não a reforma que precisa ser feita."

DilmaNa exposição que fez aos empresários, Dilma Rousseff afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou um novo modelo de desenvolvimento. "Pela primeira vez, o Brasil permite que as pessoas subam na vida, nos últimos 20 anos", disse.

Para a pré-candidata, o governo Lula rompeu com anos de "estagnação, desemprego e desigualdade no Brasil". "A gente criou uma nova realidade, baseada em crescimento, oportunidade e auto-estima", afirmou a pré-candidata a presidente pelo PT.

Serra

O oposicionista José Serra, criticou o governo pelo que classificou como "loteamento" da máquina pública. Segundo ele, agências reguladoras e empresas estatais estão divididas entre partidos aliados do governo.

"Por que que um partido quer uma área, uma diretoria financeira de uma grande empresa pública? Por que que aquele grupo de deputados, ou aquele partido, quer o delegado da Receita? (...) Cada vez que tem uma votação, o governo tem de recompor sua base. E aí começa o troca-troca de novo e isso não garante maioria estável", declarou.

Marina

A pré-candidata do PV, Marina Silva, última a falar, segundo o sorteio realizado pela CNI, classificou o principal programa de obras do governo, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como uma "colagem de obras".

Segundo ela, "o PAC não é um programa. É uma colagem de obras. É gestão de obras. Não é um programa pensando o crescimento do Brasil para 20, 30 ou 40 anos. Estamos voltando ao período das trevas, ao invés de avançarmos para o futuro", disse.

Entrevistas

Após as exposições aos empresários, cada um dos pré-candidatos concedeu uma entrevista coletiva.

Na entrevista, a petista Dilma Rousseff defendeu "cortes pontuais" de gasto com custeio da máquina pública de modo a melhorar a eficiência dos serviços. "O que não é possível é o mau custeio, que joga dinheiro excessivo onde não deve colocar. E não põe dinheiro nenhum onde deve colocar", declarou.

José Serra negou que, após os mais recentes resultados das pesquisas de intenção de voto, tenha exercido pressão para que o tucano Aécio Neves, ex-governador de Minas, aceite o posto de vice na chapa do PSDB. "Não há nada que imponha que teria que ser Aécio ou não", afirmou. Assim como na sabatina, ele defendeu debates entre os pré-candidatos.

Marina Silva, do PV, afirmou que não vê PT e PSDB como "inimigos", mas criticou o fisiologismo e pregou a união entre petistas e tucanos como forma de acabar com a influência de partidos como o PMDB na disputa de cargos e de espaço no governo federal. Ela também manifestou preocupação com a relação Brasil-Irã.

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