Após duas horas de reunião no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff acertou com o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) duas novas conversas para esta segunda-feira (10) com representantes do partido no Senado e na Câmara para tentar debelar a crise dos peemedebistas com o governo.

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A convocação das duas reuniões para amanhã tem o objetivo de tentar esvaziar a reunião da bancada do PMDB da Câmara, prevista para terça, quando deve ser discutida a convocação de uma convenção extraordinária que pode, inclusive, analisar a aliança do partido com o governo petista de Dilma.

As audiências serão no Palácio do Planalto e a expectativa é que, nelas, Dilma e a cúpula do PMDB acertem as pendências em relação à participação do partido na reforma ministerial, além de definições sobre alianças estaduais na eleição deste ano.

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O primeiro encontro será entre Dilma, Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o líder peemedebista na Casa, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), quando será negociada a cota dos senadores na equipe ministerial.

Logo em seguida, a reunião será da presidente com Temer e os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do PMDB, Valdir Raupp (RO). Sem a presença do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, o encontro deve tratar da cota dos deputados no governo.

Dilma decidiu trabalhar para isolar Eduardo Cunha, que trocou farpas com o presidente do PT, Rui Falcão, e ameaçou romper a aliança com o governo para a eleição deste ano. Segundo a reportagem apurou, Dilma disse que Cunha "esticou a corda" ao fazer críticas pelo Twitter.

A estratégia da presidente é prestigiar outras lideranças peemedebistas na Câmara, como Henrique Eduardo Alves, para retirar poder do líder peemedebista naquela Casa. Ele é visto como o principal inimigo do Palácio do Planalto dentro do partido.

Alves chegou a pensar em boicotar a ida na reunião com Dilma na segunda, mas teria sido convencido por Renan e Eunício a comparecer. Os peemedebistas chegaram a divulgar que seriam recebidos na noite deste domingo por Dilma, mas a presidente preferiu se encontrar, em um primeiro momento, apenas com Temer. Coube ao vice levar os resultados dessa reunião aos peemedebistas que o esperavam no Palácio do Jaburu.

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Nas reuniões de segunda, o PMDB deve insistir num sexto ministério para o partido na busca de apaziguar os ânimos. A ideia é ter três ministros afinados com os senadores e outros três com deputados.

Na cota do Senado, além do ministro Edison Lobão (Minas e Energia) e Garibaldi Alves (Previdência), o PMDB quer nomear o senador Vital do Rêgo (PB) para a equipe de Dilma. A presidente chegou a oferecer o Ministério do Turismo, só que esta pasta, hoje, está na cota dos deputados peemedebistas.

Vital do Rêgo já avisou que só aceitará assumir um ministério caso os deputados sejam compensados com outra pasta, como o Ministério de Ciência e Tecnologia. Hoje, os deputados peemedebistas comandam, além do Turismo, o Ministério da Agricultura. Na cota do vice, a Secretaria de Aviação Civil, chefiada por Moreira Franco, é classificada também como pasta sob esfera dos deputados peemedebistas.

O PMDB ainda não desistiu também de ocupar o Ministério da Integração Nacional, pasta que ficou no centro das polêmicas com o governo. A área chegou a ser prometida inicialmente para Vital do Rêgo. Depois, Dilma ofereceu-a ao senador Eunício de Oliveira, que recusou.

O PMDB avaliou que o convite ao senador cearense fazia parte de uma estratégia da presidente para tirar Eunício da disputa pelo governo do Ceará para beneficiar o governador do Estado, Cid Gomes (Pros).

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