A presidente Dilma Rousseff mexeu na estrutura do conselho da Itaipu Binacional, o que respingou na política local. Filho do ex-governador Orlando Pessuti (PMDB), Orlando Moisés Fischer Pessuti foi exonerado da função de conselheiro de acordo com decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta-feira (3). Será substituído na função por Maurício Requião de Mello e Silva, irmão do senador Roberto Requião (PMDB). Também foi exonerado, segundo o DOU, Luiz Pinguelli Rosa – dará lugar a Roberto Amaral, ex-presidente e fundador do PSB. A nomeação vale até té 16 de maio de 2016.
Exonerado agora, Moisés Pessuti havia substituído o pai
Exonerado nesta quarta-feira (3) do cargo de conselheiro da Itaipu Binacional, Orlando Moisés Fischer Pessuti havia substituído justamente o pai, o ex-governador Orlando Pessuti (PMDB) na função, em maio do ano passado. O peemedebista havia deixado o cargo porque pretendia se candidatar ao governo do estado. Preterido pelo senador e desafeto Roberto Requião (PMDB), acabou apoiando o governador Beto Richa (PSDB). Mas não ficou sem cargo. Ganhou de Richa a indicação para o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
O caso de Orlando Moisés Fischer Pessuti não é o primeiro que envolve transmissão de cargo entre familiares no Paraná. Em 2013, a ex-vice-governadora do Paraná Emília Belinati assumiu o cargo de diretora comercial da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) no lugar do filho, Antônio Carlos Salles Belinati (PP), empossado deputado estadual. Ela não era funcionária de carreira da Sanepar. A escolha dela para o cargo de diretora comercial foi definida em uma reunião do Conselho Administrativo.
Os integrantes de conselhos de empresas públicas são remunerados por sua participação. Os conselheiros são responsável por dar aval às mais importantes decisões dessas empresas. Nos últimos meses, a presidente Dilma Rousseff se viu envolvida em acusações sobre a compra de uma refinaria pela Petrobras, pois ela presidia o conselho de administração da estatal quando a compra foi autorizada pelo colegiado, em 2006.
A nomeação de Maurício Requião não deixa de ser uma surpresa, já que o ex-secretário estadual da Educação segue reivindicando na Justiça uma caga como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TC-PR). Ele tenta retomar o posto desde 2009, quando a Justiça considerou que sua nomeação caracterizava nepotismo por ser irmão do senador Roberto Requião, então governador do estado.
Apoio a Dilma
Roberto Requião apoiou a reeleição de Dilma no ano passado.Fez campanha para voltar a ser governador do Paraná no ano passado. Na reta final do primeiro turno, o senador do PMDB chegou a receber o apoio velado da campanha de Dilma – o PT tinha candidato, a ex-ministra Gleisi Hoffmann. Mesmo assim, o governador Beto Richa (PSDB) foi reeleito em primeiro turno, Requião ficou em segundo lugar e Gleisi, em terceiro.
No Senado, Requião tem dado apoio “crítico” ao governo Dilma. Ele foi um dos que subscreveram um manifesto que defende a mudança da política econômica do governo e votou contra a Medida Provisória 665, que restringiu as regras de acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial, mas foi a favor da MP 664, que trata da pensão por morte e que foi incluída a proposta alternativa para acabar com o fim do fator previdenciário. Por outro lado, o peemedebista foi um dos principais entusiastas no partido da indicação do jurista Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal Federal, ciceroneando o candidato pelo Senado.
Amaral
Conselho da estatal se reúne 6 vezes ao ano
O Conselho Administrativo da Itaipu é composto por 14 conselheiros, sete indicados pelo governo brasileiro, sete pelo governo do Paraguai. O grupo faz reuniões ordinárias a cada dois meses, além de eventuais reuniões extraordinárias, para discutir a administração financeira da empresa e fiscalizar o cumprimento do Tratado de Itaipu. Apesar de se reunirem apenas seis vezes por ano, os conselheiros recebem um salário mensal. O valor não foi divulgado oficialmente pela empresa. Segundo Orlando Pessuti disse à época de sua nomeação, em 2013,, os vencimentos estão em cerca de R$ 18 mil. O peemedebista substitui no colegiado o ex-ministro da Defesa Celso Amorim.
Fundador e ex-presidente do PSB Roberto Amaral afirmou, após o primeiro turno da eleição presidencial, que o PSB havia traído a luta do ex-presidenciável da legenda Eduardo Campos - morto em acidente de aéreo em agosto passado - quando apoiou a candidatura do tucano Aécio Neves. Ex-ministro de Lula, ele é um dos críticos da ação independente do PSB e defende nos bastidores que o partido volte para a base aliada de Dilma.
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