Quase cinco meses depois de sofrer o impeachment, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) fala nesta quarta-feira (25) sobre a democracia brasileira em um seminário internacional realizado em Sevilha, na Espanha.
A ex-presidente vai abrir o seminário “Capitalismo Neoliberal, Democracia Sobrante” com uma palestra chamada de “O Assalto à Democracia no Brasil e na América Latina”.
O evento é realizado na sede da Fundação Três Culturas do Mediterrâneo e é organizado pelo curso de Mestrado em Direitos Humanos, Interculturalidade e Desenvolvimento da Universidade Pablo de Olavide (UPO), em parceria com a Universidade Internacional de Andaluzia (UNIA), o Instituto Joaquín Herrera Flores (IJHF) e o Centro de Estudos Sociais de Coimbra (CES).
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Leia a matéria completaO ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo também estará no evento. Ele vai participar de uma mesa redonda com o tema “Os direitos estão sendo garantidos na democracia?” ao lado do presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos Roberto Figueiredo Caldas, do juiz Baltasar Garzón e do professor da Universidade de Barcelona Gerardo Pisarello.
Na programação desta quinta-feira (26) estão outros debates sobre democracia e direitos humanos.
Teori Zavascki
Durante coletiva de imprensa concedida nesta terça-feira (24), em Sevilha, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) comentou a morte do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki. “Eu acredito que ele era uma pessoa íntegra, um juiz que não se deixava influenciar pela mídia e também uma pessoa de caráter”, disse Dilma.
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Leia a matéria completa“Quanto às suspeitas que existem no Brasil de que [o acidente] possa ter sido um atentado, acho que precisa ser rigorosamente investigado. Não tem nenhum sentido nem conversar sobre uma conspiração, nem dizer que não há nenhuma conspiração. É preciso investigar”, disse a ex-presidente.
Lula
A ex-presidente também defendeu a candidatura do ex-presidente Lula para a presidência da República em 2018. “Eu acho que é importante para o Brasil que Lula seja candidato”, disse Dilma.
“O primeiro golpe foi meu impeachment, o segundo golpe é impedir que Lula seja candidato em 2018. Eu falo isso porque todos no Brasil sabem as pedras de Brasília que querem impedir que Lula seja candidato em 2018”, completou a ex-presidente.
A ex-presidente afirmou, ainda, que acredita que Lula venceria as eleições caso fosse candidato no ano que vem.
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Leia a matéria completaLava Jato
Dilma também comentou o andamento das investigações da Operação Lava Jato. Ela lembrou que seu governo e o do ex-presidente Lula foram os responsáveis por dar autonomia à Polícia Federal para que investigassem crimes de corrupção no país, mas criticou a forma como as investigações são conduzidas.
“Duas coisas não se pode fazer nas investigações contra a corrupção. A primeira é destruir as empresas. Se as empresas entraram em processos de corrupção ativa, se prendam os executivos e se preserve as empresas. A segunda é que não se pode usar as investigações como arma de combate político e ideológico”, disse a ex-presidente.