A presidente Dilma Rousseff vai convidar governadores da oposição para participar de uma reunião que está sendo articulada para a próxima quinta-feira (30), em Brasília, para selar uma espécie de “pacto de governabilidade”.
A ideia inicial não é chamar todos os oposicionistas mas, nas palavras de um auxiliar de Dilma, “aqueles que estão dispostos a contribuir com o país”, como os tucanos Geraldo Alckmin (SP), Marconi Perillo (GO) e Simão Jatene (PA).
Os governadores do PT, PMDB, PSB e PC do B são prioridade na lista da presidente que, diante da crise econômica e política que acomete o Palácio do Planalto, resolveu chamar os chefes do Executivo nos Estados para pedir apoio ao ajuste fiscal.
Dilma quer que eles atuem em suas bancadas no Congresso para impedir que projetos que custem caro aos cofres públicos sejam aprovados no Legislativo.
Um dos pedidos será para que os governadores ajudem a evitar no Congresso a derrubada do veto presidencial ao reajuste do salário dos servidores do Judiciário. Aprovado pelo Senado em junho, o projeto dava um aumento médio de 59,5% aos servidores nos próximos quatro anos e, segundo cálculos do governo, causaria um impacto de R$ 25,7 bilhões ao Tesouro no mesmo período.
Nas palavras de um dos auxiliares de Dilma, a presidente quer “reduzir a tempestade” e impedir que os governadores “acreditem em aventuras”, como a pauta federativa que está no Congresso com apoio dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com uma lista de reivindicações que “não condizem” com o ajuste fiscal proposto pelo governo.
Outro pedido da presidente é a aprovação da reforma do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Na semana passada, os governadores do Sudeste estiveram com Dilma e declararam apoio ao projeto. No entanto, a maior parte dos governadores não concorda com as mudanças.
A grande reclamação nos governos estaduais é por falta de recurso em meio ao ajuste, queda na arrecadação e novos cortes no Orçamento. O Palácio do Planalto argumenta que “a torneira secou” para todos e que agora é necessário achar a melhor maneira de buscar estabilidade e governabilidade conjunta.
Desde o agravamento da crise, Dilma tenta sair do isolamento político e acenar aos oposicionistas que não reforçam a ideia de abrir um processo de impeachment contra ela.