Depois de acusar os países ricos de patrocinarem um "tsunami monetário" com suas políticas expansionistas, a presidente Dilma Rousseff desembarca neste domingo (8) à noite em Washington levando na bagagem um discurso mais conciliador.
Em sua primeira visita oficial aos Estados Unidos, Dilma vai destacar na segunda-feira (+), na Casa Branca, a necessidade de unir esforços no combate à crise econômica mundial, apesar das divergências. Ao lado do presidente americano, Barack Obama, ela baterá na tecla de que a resposta à instabilidade provocada pela manipulação cambial exige ação conjunta e imediata.
Dilma insistirá no argumento de que a desvalorização artificial da moeda cria barreiras injustas à competitividade dos produtos, especialmente no Brasil. Mas o tom de seu principal pronunciamento será na linha de que ninguém tem a ganhar com uma competição predatória e sem o crescimento equilibrado do comércio internacional.
Trata-se de uma viagem sem grandes expectativas para os dois lados, num momento de crise internacional, campanha de Obama pela reeleição e turbulências no Oriente Médio. Dilma vai aproveitar a visita de dois dias para "vender" um país de oportunidades, chamar os empresários para investir no Brasil e anunciar parcerias no programa Ciência Sem Fronteiras, que oferece bolsas de estudo no exterior.
Acompanhada de sete ministros, a presidente percorrerá, na terça-feira, as instalações do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e da Universidade de Harvard, duas instituições dirigidas por mulheres, em Cambridge, na área metropolitana de Boston. Em Harvard, ela discursará na Kennedy School of Government.
O Ciência Sem Fronteiras é, hoje, um dos poucos pontos de convergência na pauta entre Brasil e EUA. Do cancelamento de uma concorrência vencida pela Embraer para fornecimento de 20 aviões Supertucano à Força Aérea Americana a posições conflitantes em relação a Cuba, há vários contenciosos na relação. A Casa Branca não deixou de notar, por exemplo, que Dilma sequer mencionou a desvalorização artificial da moeda chinesa na Cúpula dos Brics - formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, em Nova Délhi. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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