A presidente Dilma Rousseff seria reeleita no primeiro turno se as eleições fossem hoje, mas a avaliação positiva do governo interrompeu a trajetória de recuperação após a onda de protestos de junho do ano passado, segundo pesquisa divulgada ontem pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), feita pelo instituto MDA. Dilma obteve 36,4% de avaliação positiva e a avaliação negativa foi de 24,8%. Em novembro do ano passado, a avaliação positiva da presidente havia sido de 39%, a melhor após a queda brusca detectada em julho quando a aprovação do governo havia chegado a apenas 31,3%.
INFOGRÁFICO: Dilma seria eleita no primeiro turno se a eleição fosse hoje
Se avaliação sofreu queda, a pesquisa mostra que Dilma segue favorita para vencer as eleições de outubro. No cenário com Eduardo Campos (PSB), a petista atinge 43,7% de intenções de voto. Aécio Neves (PSDB) tem 17% e Campos tem 9,9%. Com a ex-senadora Marina Silva (PSB) na disputa, Dilma cai para 40,7%. Marina fica com 20,6% e Aécio Neves com 15,1%.
Quando o eleitor é perguntado sobre em qual candidato pretende votar para presidente, de forma espontânea, Dilma é a mais lembrada, com 21,3%, seguida de Lula (5,6%), que tem o mesmo percentual de Aécio. Marina Silva aparece em quarto, com 3,5%; Eduardo Campos teria 2,6%, José Serra (PSDB); 0,5% e; Geraldo Alckmin (PSDB), 0,4%.
Apesar de Dilma liderar em todos os cenários, o índice de rejeição dela é o mais alto entre os principais candidatos. Quando questionado em quem não votaria de jeito nenhum, 37,3% disseram que não escolheriam a petista. Para 36%, Aécio Neves não seria o escolhido; Marina Silva seria descartada por 35,5%, e Eduardo Campos, por 33,9%.
O levantamento dá pistas sobre o que estaria abalando a confiança do eleitorado em Dilma. Os eleitores demonstraram que estão mais pessimistas em relação ao custo de vida: 77,2% disseram que o custo de vida aumentou nos últimos 12 meses. A expectativa para este ano também não é nada otimista: 71,8% acreditam que esse custo aumentará. Ainda segundo a pesquisa, 60,5% disseram que a alimentação teve o maior aumento em 2013, e 11,3% afirmaram que houve majoração nas tarifas públicas. A imensa maioria dos entrevistados (84,4%) apontaram a saúde como o setor que mais precisa de melhoria.
Repercussão
O senador Aécio Neves avaliou como natural o favoritismo de Dilma. "Não há razão para mudanças, do ponto de vista das intenções de voto, enquanto as oposições não tiverem as mesmas oportunidades de visibilidade nos veículos de comunicação que a presidente da República em suas viagens eleitorais pelo país."
Para Aécio, foi "significativa" a redução na avaliação positiva de Dilma na comparação com a pesquisa anterior, de novembro. "O que deve estar preocupando o governo são as quedas na avaliação positiva e na popularidade da presidente, ambos resultado daquilo que é visível na sociedade: a perda crescente da confiança dos brasileiros no governo e na presidente", afirmou.
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