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A presidente eleita Dilma Rousseff viaja nesta segunda-feira (8) para Seul, na Coreia do Sul, onde participa do encontro do G20, o grupo de nações com as 20 maiores economias mundiais. Essa é a primeira viagem internacional de Dilma depois da confirmação de sua vitória nas eleições de outubro.

Apesar de sua posse só ocorrer no dia 1º de janeiro, a viagem de Dilma já tem "caráter oficial" –ela foi convidada pela organização do G20 para participar de todos os eventos do encontro de cúpula. A reunião deve ser marcada pelas discussões sobre a chamada "guerra cambial". Dilma participa da reunião ao lado de Lula, que, antes de ir para Seul, segue para Moçambique, na África.

A previsão é que Dilma passe o dia em Brasília nesta segunda e viaje à noite, em um avião comercial, acompanhada de assessores e do ministro da Fazenda, Guido Mantega. A chegada de Dilma ao país asiático deve acontecer por volta do meio-dia de quarta (10). Ela retornou à Capital Federal na noite deste sábado (6) depois de alguns dias de descanso em Itacaré, no litoral sul da Bahia.

Na Coreia do Sul, a agenda da presidente será casada com a de Lula, que chega a Seul às 11h de quinta-feira (11). Neste dia, Lula e Dilma ficam no hotel e participam à noite de um jantar oferecido pelo presidente sul-coreano, Lee Myung Bak, em que será discutido o tema "economia global e elaboração de um marco para um crescimento forte", segundo a agenda do presidente.

Agenda

A cúpula do G20 tem início às 9h de sexta (12) com uma reunião que retomará o tema debatido na noite anterior. Às 10h, será discutido a reforma das instituições financeiras. Em seguida, por volta de 11h, os chefes de Estado dos países membros tiram uma foto oficial.

A reunião será retomada às 11h30, para discutir o tema "desenvolvimento". Por volta de 12h30, os líderes almoçam e discutem sobre comércio, mudança do clima e economia verde.

Eles retomam a reunião às 14h com uma discussão sobre o tema "reforma do sistema financeiro". Em seguida, os governantes tratam de energia, proteção do ambiente marinho e mudança do clima. O último segmento da cúpula será sobre "combate à corrupção". Às 15h30, os líderes divulgam um comunicado oficial, que trará as principais resoluções do encontro do G20 em Seul. Em seguida, o presidente sul-coreano concede uma entrevista coletiva.

Lula embarca para o Brasil por volta de 17h, mas antes deve falar com a imprensa, acompanhado do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e de Dilma Rousseff. De acordo com a Presidência, Lula deve ter ainda uma reunião privada com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, no dia da cúpula.

Nesse encontro, um dos temas que devem ser tratados é a compra de caças franceses pelo Brasil. França, Suécia e Estados Unidos disputam a venda das aeronaves ao governo brasileiro, nu negócio que pode chegar a US$ 5 bilhões.

O governo brasileiro já manifestou preferência pelo modelo francês, mas ainda não fechou as negociações com os três países. Na semana passada, Lula afirmou que, após o G20, fará uma reunião com Dilma e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para definir o assunto.

O presidente também recebeu pedidos de conversas bilaterais dos governos da África do Sul, Austrália, Reino Unido, e Vietnã, mas ainda não confirmou nenhuma dessas reuniões.

Guerra cambial

Um tema que deve dominar as discussões do G20 é a chamada "guerra cambial". Diante da crise financeira internacional, que ainda atinge fortemente os Estados Unidos, o governo norte-americano tomou medidas para injetar recursos na economia local, o que provocou a queda do dólar.

Com isso, vários países tomaram medidas unilaterais para conter a desvalorização da moeda, já que ela prejudica as exportações. O Brasil, por exemplo, aumentou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicação estrangeira em renda fixa. O presidente Lula já anunciou que vai "brigar" no G20 pelo equilíbrio do câmbio.

"O que achamos é que os Estados Unidos e a China estão fazendo uma guerra cambial. Vou para o G20 para brigar. Vamos tomar todas as medidas necessárias para conter a desvalorização do dólar", disse Lula em entrevista coletiva na última quarta (3).

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