A presidente Dilma Rousseff chega nesta terça-feira à noite em São Petersburgo, na Rússia, onde participará da 8ª Cúpula do G20 - grupo de países que reúne as maiores economias mundias. Na Rússia, Dilma terá o primeiro encontro com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desde a revelação, no domingo, de que os serviços secretos americanos monitoraram comunicações da presidente e de seus auxiliares. O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, viajou junto com a presidente.

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A presidente deve discutir em reuniões bilaterais, antes da abertura do G-20, sobre as denúncias de espionagem. Mas oficialmente, nenhum encontro foi confirmado. Ontem, o Itamaraty convocou o embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon, e exigiu uma resposta por escrito dos Estados Unidos. Dilma seguiu para Base Aérea de Brasília ontem por volta das 22h.

Na quinta e na sexta-feira, Dilma terá reuniões com os chefes de Estado do Brics, bloco que, além do Brasil, é formado pela Rússia, Índia, China e Africa do Sul. Os temas em pauta são economia global e estabilidade financeira, medidas para estimular o crescimento sustentável e equilibrado, cooperação tributária e incentivos para a geração de emprego e reformas estruturais, além de energia, desenvolvimento inclusivo e combate à corrupção.

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A possibilidade de uma intervenção militar na Síria será um dos assuntos na pauta do G20. O Brasil já se manifestou contrariamente a uma intervenção militar sem um aprovação prévia da ONU. De acordo com analistas, a reunião será um bom momento para que Rússia e Estados Unidos busquem posições comuns com outras nações sobre o impasse na Síria. Enquanto Washington já deixou claro suas intenções de atacar o regime de Bashar al-Assad, em resposta ao uso de armas químicas, Moscou, principal aliado do governo sírio, tenta evitar uma intervenção, alegando que traria mais instabilidade para a região.

Rússia, Canadá e China insistem para que as 20 maiores economias do mundo se concentrem na crise financeira global e nas formas de estimular o crescimento e o emprego nos países. Este também parece ser o estado de espírito da Alemanha, que já deixou claro que não pretende participar de operações na Síria.

Embora Obama tenha confirmado presença no encontro do G20, ele cancelou a reunião bilateral que teria com o presidente russo Vladimir Putin. O motivo seria o fato de a Rússia ter concedido asilo temporário a Edward Snowden, o ex-técnico da CIA que revelou o vasto esquema de espionagem dos Estados Unidos. Em resposta à espionagem americana, a presidente Dilma poderá até mesmo suspender encontro oficial com o presidente Barack Obama marcado para outubro, em Washington, mas isso dependerá das explicações que o governo dos EUA der sobre o caso.

O governo brasileiro classificou como violação à soberania a espionagem que os Estados Unidos fizeram de telefonemas, e-mails e mensagens de celular da presidente, conforme revelou domingo o programa "Fantástico" da TV Globo.

A reportagem revelou ainda que o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, também foi alvo de espionagem. O México condenou "categoricamente" qualquer espionagem partida de Washington e exigiu uma "investigação exaustiva".

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