Brasília (Folhapress) – Ameaçado de figurar como o "chefe do esquema" na lista de cassáveis que as CPIs dos Correios e do Mensalão apresentam hoje, o ex-ministro José Dirceu (PT-SP) acusou o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB- PR), de "quebrar o decoro parlamentar".

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Dirceu também conseguiu do relator da CPI do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), apoio à sua tese de que não pode ser cassado por atos que teria cometido quando chefiava a Casa Civil da Presidência – ou seja, fora do exercício do mandato de deputado.

Serraglio havia dado a entender que iria listar Dirceu como suposto responsável pelo esquema do mensalão. Na terça-feira, as duas CPIs acertaram um relatório conjunto em que devem apontar nomes de pelo menos 18 parlamentares com indícios de envolvimento.

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"Isso é um absurdo. Estão fazendo um prejulgamento, sem prova nenhuma, nada de concreto que prove a minha participação em alguma coisa. Ao antecipar isso (a avaliação de que ele seria o chefe do esquema) sem ter nenhum elemento, sem a CPI ter analisado minha defesa, ele (Serraglio) está quebrando o decoro parlamentar", disse Dirceu, segundo declarações reproduzidas por sua assessoria de imprensa. Ainda segundo a assessoria do ex-ministro, Dirceu foi conversar com Abi-Ackel porque o relator da CPI do Mensalão partilharia de sua tese de que a acusação por quebra do decoro parlamentar é inválida para supostos atos cometidos fora do mandato.

"Eu, como advogado, não como relator nem como deputado, acho que é uma tese séria, ela tem argumentos consideráveis", confirmou Abi-Ackel, que é ex-ministro da Justiça.