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São Paulo - O ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu publicou ontem em seu blog o que chamou de "uma síntese dos esclarecimentos’’ sobre as denúncias envolvendo a Eletronet, empresa em processo de falência que o governo planejava reativar para ser usada como "espinha dorsal’’ do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Na semana passada, foi revelado que Dirceu recebeu ao menos R$ 620 mil da empresa Star Overseas, grupo que tem participação na Eletronet, e que seria beneficiada caso a Telebrás seja reativada.

Em seu blog, o ex-ministro afirma que não recebeu "uma bolada de R$ 620 mil’’ do empresário Nelson dos Santos, dono da Star Over­­­seas, principal acionista privado da Eletronet. Segun­­­do o ministro, foram pagos a ele "R$ 20 mil mensais, durante 31 meses de trabalho prestado, o que demandou viagens, reuniões e muita preparação’’. "É trabalho, não é dinheiro fácil’’, ressalta.

Dirceu afirma que a consultoria que prestou a Santos "foi a respeito de cenários para investimentos em países da América Latina no setor elétrico, legislação e regulação nos países latino-americanos e avaliação da situação político-econômica no continente, bem como avaliação do setor de infraestrutura na região e suas perspectivas’’.

Segundo o deputado cassado, ele não dá "consultoria sobre questões que passem perto de envolver o governo brasileiro’’. "Não faço lobby, nunca fiz. Fui obrigado a retomar minha atividade profissional de advogado e a me tornar consultor após deixar o governo, em 2005, para sobreviver.’’

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