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Assim que soube do conteúdo do relatório preliminar das CPIs dos Correios e do Mensalão, o deputado e ex-chefe da Casa Civil José Dirceu (PT-SP) cobrou provas de que tenha comandado o suposto esquema do mensalão ou participado de qualquer ato de corrupção no governo. Dirceu chegou a comparar uma eventual cassação de seu mandato a um fuzilamento. Ao ser questionado sobre a convicção política dos integrantes da CPI para recomendar uma punição, Dirceu foi enfático:

- Quando vai começar o fuzilamento? Se você já tem convicção, é um fuzilamento político. Será um julgamento político, mas é preciso ter provas. É preciso ter direito de defesa e que não haja prejulgamento.

O ex-ministro fez questão de fazer correções ao relatório apresentando pelos deputados Osmar Serraglio (PMDB-PR) e Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG). Sobre a citação de que seu amigo Roberto Marques teria recebido autorização para sacar R$ 50 mil da conta de uma das empresas do empresário mineiro Marcos Valério, Dirceu esclareceu que Marques não era seu assessor e que não ficou comprovado o recebimento do dinheiro.

Dirceu disse ainda que não teve qualquer envolvimento com a contratação de sua ex-mulher, a psicóloga Ângela Saragoça, pelo Banco BMG e nem do empréstimo contraído por ela no Banco Rural. Os dois bancos concederam empréstimos ao PT com o aval do empresário Marcos Valério. Mas ele admitiu pela primeira vez que tinha conhecimento de que Ângela foi contratada pelo BMG e que também sabia do empréstimo do mesmo banco ao PT. O valor do empréstimo do BMG foi de R$ 2,4 milhões.

- É bom deixar claro que não tive envolvimento nos empréstimos - ressaltou.

O deputado voltou a repetir que pretende ir até o Supremo Tribunal Federal para defender o seu mandato. Disse que faria a sua defesa sozinho e citou a história de sua vida para afirmar que não tinha medo de enfrentar o processo de cassação.

- A minha vida é uma vida de quem não tem medo. Não preciso que ninguém me defenda. Defendo-me sozinho - disse.

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