Brasília – (AE) O deputado José Dirceu (PT-SP), ex-ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, anunciou ontem em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, que recorrerá à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e à Justiça contra decisão do Conselho de negar a retirada da representação contra ele, como pretendia o PTB.

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Ele lembrou que o próprio autor da representação e presidente licenciado do PTB, ex-deputado Roberto Jefferson (RJ), reconheceu a fragilidade da representação, em que não havia provas, apenas testemunhas, e por isso decidiu retirar a representação.

Nomeações

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O deputado disse que as nomeações para cargos foram pontos de atrito que levaram à crise política. Isso porque, volta e meia, pedia que nomes fossem trocados, fosse por razões do Tribunal de Contas da União (TCU), fosse por falta de qualificação, segundo alegou.

Num desses casos foram cargos de diretoria da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). "As razões de atrito são que eu sempre fiscalizei as ações em cada organismo público", afirmou.

"Inacreditável"

Ele qualificou como "inacreditável" o fato de que as CPIs dos Correios e Mensalão tenham produzido um relatório que vai à Mesa e ao Conselho de Ética contendo uma introdução em que se afirma que se organizou um sistema de nomeações preparadas para que os partidos levantassem fundos.

Segundo Dirceu, não há provas nem tampouco um relatório final de nenhuma das CPIs.

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Para o deputado, se há um ato de corrupção numa autarquia, numa empresa estatal ou ministério, isso não quer dizer que o governo o tenha organizado e seja corrupto.

Segundo ele para coibi-los, existem o Ministério Público, a Procuradoria-Geral da República e outros órgãos.

O deputado protestou contra o que considera um cerceamento do seu direito de defesa. Ele salientou que vai sempre se defender e, para isso, recorrer ao que lhe permite a Constituição, de acordo com o processo penal e civil. "Isso é um dever meu. Não passamos 20 anos lutando contra a ditadura à toa", afirmou.