Na véspera de o Supremo Tribunal Federal decidir se os condenados do mensalão terão direito a novo julgamento, o ex-ministro José Dirceu disse ontem que não considera que essa etapa seja o último capítulo do processo. Condenado a dez anos e dez meses de prisão, ele afirmou que pedirá revisão criminal e que pretende questionar as decisões do Supremo em cortes internacionais. Dirceu já declarou que, após o trânsito em julgado do processo, vai recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Ele alegará que teve seu direito de defesa cerceado e questionará o fato de ter sido julgado diretamente pelo STF e não por um tribunal de instância inferior. O ex-ministro voltou a mencionar essa possibilidade em entrevista concedida na manhã de ontem à Fundação Perseu Abramo, centro de estudos vinculado ao PT, transmitida pela internet. "Eu tenho que provar minha inocência, porque esse direito me foi negado", disse. Dirceu afirmou encarar o fim do processo com "serenidade e tranquilidade" e se definiu como vítima de preconceito da elite contra seu partido.
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