O ex-ministro José Dirceu não vai recuar na estratégia de minimizar sua participação na escolha de diretores da Petrobras. Uma das armas da defesa do ex-ministro para tentar provar sua inocência era o depoimento do lobista Fernando Moura à Justiça Federal na sexta-feira passada, onde ele excluía o ex-ministro de qualquer influência na escolha do ex-diretor Renato Duque.
Moura admitiu na quinta-feira que mentiu ao juiz Sergio Moro. Para Roberto Podval, advogado de Dirceu, as idas e vindas do lobista não muda a estratégia de defesa, mas “perderam a credibilidade” , pois já não se sabe se ele falou a verdade na delação ou no depoimento a Moro, que agora deverá ser prestado novamente
Podval disse que Dirceu vai explicar que todas as nomeações do governo federal passam pela Casa Civil e eram assinadas por ele. Contudo, são feitas indicações políticas que passam por negociações políticas e os currículos são analisados inclusive pela Agência de Inteligência (Abin). O advogado criticou ainda a falta de gravação da delação do lobista. O advogado disse que os depoimentos de delação devem ser gravados e que “se procurarem acham”, pois o novo depoimento prestado ontem pelo delator mostra que o Ministério Público tem toda condição de fazer as gravações. Ele usou o exemplo de Moro para criticar as delações:
”As delações são tidas como absolutamente verdadeiras. Estão brincando com as delações, estão jogando. Perdendo os dedos para ficarem com os anéis, ou perdendo os anéis para ficarem com os dedos”, disse ele, acrescentando que os delatores devolvem parte do dinheiro e continuam “andando de iate e dando risada”
Lula e Marisa são intimados pelo MP para depor sobre triplex no Guarujá
Leia a matéria completaO ex-ministro José Dirceu já está na sede da Justiça Federal, em Curitiba, onde prestará depoimento ao juiz Sergio Moro. É a primeira vez que Dirceu falará à Justiça Federal. Ele foi trazido pela Polícia Federal por volta de meio-dia.
Os advogados de Dirceu haviam dito que o ex-ministro não permaneceria em silêncio e vai se defender. Também será ouvido novamente nesta sexta feira o empreiteiro Gerson Almada, um dos sócios da Engevix. Em dezembro passado, Almada foi condenado a 19 anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A Engevix fez pagamentos a José Dirceu por meio do delator Milton Pascowitch. Também será ouvido novamente o delator Fernando Moura, que era amigo de Dirceu. Ele disse ontem que mentiu ao depor ao juiz na última sexta-feira e, a pedido do Ministério Publico Federal, será ouvido novamente. Depois do depoimento, que apresentou contradições com a delação, O MPF havia iniciado processo para anular o acordo.
Impasse sobre apoio a Lula provoca racha na bancada evangélica
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Eleição de novo líder divide a bancada evangélica; ouça o podcast
Eleição para juízes na Bolívia deve manter Justiça nas mãos da esquerda, avalia especialista
Deixe sua opinião