O ex-ministro José Dirceu, preso no CPP (Centro de Progressão Penitenciária) em Brasília, não saiu para trabalhar nesta terça-feira (8) e deve ver o jogo do Brasil dentro do presídio.
Isso porque o escritório de advocacia onde está fazendo trabalho externo, do advogado José Gerardo Grossi, não tem expediente nos dias de jogo do Brasil.
Os demais condenados do mensalão que estão no CPP saíram para trabalhar normalmente -o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e os ex-deputados Bispo Rodrigues, João Paulo Cunha e Valdemar Costa Neto.
Dirceu começou a trabalhar na última quinta-feira (3), mas também não teve expediente na sexta (4) por causa do jogo do Brasil.
Valdemar, Rodrigues e Cunha trabalham, respectivamente, na área administrativa de um restaurante industrial, uma rádio e um escritório de advocacia.
Histórico
No dia 2 de junho, Dirceu foi transferido do Complexo Penitenciário da Papuda, na capital federal, para o CPP, após decisão da juíza Leila Cury, do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios).Dirceu estava preso na Papuda desde novembro do ano passado. O ex-ministro foi condenado a 7 anos e 11 meses pelo crime de corrupção ativa no processo do mensalão do PT, mas tem direito a cumprir a pena no regime semiaberto.
O Código Penal afirma que o semiaberto é destinado a presos não reincidentes condenados a mais de quatro anos de prisão e menos de oito anos.
O pedido de trabalho externo de Dirceu se arrasta desde o ano passado. Primeiramente ele tentou obter autorização para trabalhar num hotel de Brasília. Lá, seria gerente e receberia salário de R$ 20 mil.
Dúvidas sobre o verdadeiro proprietário do hotel surgiram após a revelação de que a empresa que comandava o estabelecimento era sediada no Panamá e tinha como presidente um auxiliar de escritório que residia num bairro pobre da cidade.Devido a isso, Dirceu desistiu da proposta e obteve uma nova, para trabalhar no escritório de advocacia de Grossi, em Brasília.
Primeiramente, o pedido foi negado pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, mas depois foi autorizado pela maioria da corte.