O ex-ministro petista José Dirceu negou nesta sexta-feira (12) que a "faxina" em ministérios envolvidos em denúncias de corrupção, como Transportes e Turismo, tenha causado instabilidade no governo da presidente Dilma Rousseff ou rebelião na base aliada. Apesar de aliados do governo terem impedido votações na Câmara ontem, o principal responsável pela articulação política no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que é preciso apenas "reorganizar" a aliança entre PT e PMDB, maiores partidos da base, para que o Planalto volte a aprovar projetos de seu interesse no Congresso.
"Se PT e PMDB se entendem, os outros partidos como PCdoB, PSB, PR você coesiona. Acho que não há risco de o governo ficar sem maioria", afirmou, em encontro com aliados em Contagem (MG). "Quando há problemas na base temos que sentar, discutir e resolver. Para isso tem os ministros responsáveis pela situação política", acrescentou, citando a chefe da pasta de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
A "repactuação" com os aliados foi um conselho de Lula à presidente para evitar uma crise governabilidade. Mas, apesar das obstruções de votações na Câmara, Dirceu não vê "instabilidade política" no governo nem possibilidade de o Executivo ficar sem apoio no Congresso. "Não podemos misturar. Teve problemas no Ministério dos Transportes, o ministro Antônio Palocci teve que sair do governo. Isso é fato. Há denúncias de convênios que são investigados. O que não pode é transformar isso numa crise política, (nem dizer) que o governo vai perder maioria, porque não condiz com a realidade", sentenciou.
Para o ex-ministro, "sempre vai existir" a cobrança por cargos, liberação de emendas parlamentares e atritos pontuais com partidos aliados, mas ele não vê risco de uma grande rebelião na base porque, na sua opinião, os aliados não discordam do programa de governo de uma forma geral. "Estão divergindo por políticas determinadas que podem ser resolvidas. Eu não me preocupo com isso", disse.
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