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Brasília (Folhapress) – Apesar de afirmar por diversas vezes que é uma dona de casa que se dedica apenas a cuidar dos filhos e que não tinha conhecimento do que se passava nas agências SMP&B e DNA Propaganda, das quais é sócia, Renilda Maria Santiago Fernandes de Souza afirmou que o deputado José Dirceu (PT-SP) negociou os supostos empréstimos feitos pelas empresas ao PT.

Com isso, a mulher do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o operador do mensalão, implicou diretamente o ex-chefe da Casa Civil no caso. Dirceu nega a versão.

Afirmou que seu marido concordou com os empréstimos bancários a pedido do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares por "temer represálias nos contratos que já mantinha com estatais".

Sem que lhe fosse perguntado, declarou detalhadamente que "José Dirceu sabia dos empréstimos e, inclusive, participou de uma reunião com a direção do Banco Rural no hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte". Além disso, revelou que o ex-ministro da Casa Civil também teria se encontrado com diretores do BMG, em Brasília, para acertar o pagamento dos empréstimos.

A exemplo de outros depoentes, Renilda poupou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Disse que seu marido não o conhece pessoalmente. Para os parlamentares, tanto da oposição quanto da base de apoio do governo, ela estava "ensaiada" para responder às perguntas sempre com os mesmos argumentos.

A deputada juíza Denise Frossard (PPS-RJ) questionou Renilda sobre a veracidade de suas informações. "Seu depoimento parece verdadeiro, mas não é", disse a deputada. "É impressionante que a senhora e seu sócio, que é seu marido, não conversassem sobre as empresas. À noite, na cama, o casal conversa. A senhora não perguntava como haviam comprado tudo isso?".

Renilda, que é pedagoga por formação, disse não acreditar no mensalão e, como declararam Delúbio e Marcos Valério, Renilda justificou os saques e repasses de dinheiro para políticos como "dinheiro para campanhas".

Logo após o depoimento de Renilda, integrantes da CPI davam como "inevitável" a convocação do ex-ministro José Dirceu para prestar esclarecimentos.

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