O ex-ministro da Casa Civil e deputado federal cassado, José Dirceu (PT), engrossou nesta quarta-feira (28) o coro petista contrário ao compromisso do presidenciável do PSDB, José Serra, de criar o Ministério da Segurança Pública, caso seja eleito. O ex-parlamentar chamou a proposta de um "afago à direita truculenta" e acusou o tucano de repetir uma promessa já feita durante as eleições de 2002, quando Serra enfrentou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Para ser objetivo, eu tenho que reconhecer que sobre segurança o candidato da oposição não tem nenhuma autoridade para falar", opinou Dirceu em seu blog.
O ex-ministro criticou a gestão do PSDB à frente do Estado de São Paulo na área de segurança pública. "Sabemos o resultado: zero em matéria de segurança. São políticas que deixaram milhares de mortos pela polícia, o que faz com que a retórica de Serra sobre direitos humanos seja só para constar em seu currículo", ressaltou.
Em entrevista ao programa "Brasil Urgente", transmitida pela TV Bandeirantes na segunda-feira, Serra prometeu que, se eleito, criará o Ministério da Segurança Pública. O tucano cobrou do governo federal um envolvimento maior na área de segurança, com destaque ao combate ao crime organizado. Na entrevista, o tucano deu um tom mais popular ao seu discurso. Afirmou que "bandido tem de ser enfrentado com dureza" e que o governo tem de "engaiolar" os criminosos.
Dirceu criticou o vocabulário usado por Serra. "A única novidade agora é a linguagem chula e agressiva que lembra a direita sobre a repressão", avaliou. De acordo com o deputado cassado, o "enfrentamento" proposto por Serra no programa televisivo usa "nomes bonitos ou de impacto" para agradar a "direita mais truculenta e reacionária".
Na manhã de ontem, antes de participar do Congresso dos Sindicatos dos Transportadores Autônomos de Carga, no Senado Federal, a presidenciável do PT, Dilma Rousseff, condenou a promessa de Serra de criar o Ministério. A petista considerou pouco relevante a proposta, a qual, segundo ela, só contribuiria com o inchaço da máquina pública. Para Dilma, o Ministério da Justiça tem desempenhado bem a função de zelar pela segurança pública.
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