Professora Josete: vereadora considerou as informações vagas e pouco detalhadas| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

Afastamento

Derosso apresenta defesa

O presidente da Câmara de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), encaminhou ontem, por escrito, sua defesa no processo que pede seu afastamento temporário. O vereador foi acusado de quebra de decoro parlamentar em relatório do Conselho de Ética da Câmara. Caso a acusação seja considerada procedente, o afastamento ainda deve ser votado em plenário.

Os vereadores Pastor Valdemir Soares (PRB), Noêmia Rocha (PMDB) e Dirceu Moreira (PSL) ficaram responsáveis por elaborar uma resolução final sobre o caso, levando em consideração o relatório final do Conselho, a defesa de Derosso e eventuais outros indícios. Os três têm apenas duas opções: arquivar o processo ou remetê-lo ao plenário, com indicação de afastamento. Antes de ir à votação, entretanto, a resolução terá que passar pela procuradoria jurídica da Casa e pela Comissão de Legislação e Justiça (CLJ). Não há prazo definido para a análise dos documentos.

Dirceu pode sair

Substituto de Zezinho do Sabará (PSB) no Conselho, Dirceu Moreira pode deixar também o Conselho de Ética por motivos de saúde. O vereador passa por tratamento médico por conta de uma lesão na tíbia. Talvez ele tenha de ser operado. "Caso eu seja operado, terei que pedir licença médica, não só do Conselho, mas do plenário também", afirma o vereador. O presidente do Conselho, Francisco Garcez (PSDB), disse aguardar um posicionamento oficial do vereador antes de comentar o caso.

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A direção da Câmara de Curitiba apresentou na terça-feira as respostas de um pedido de informações da vereadora Professora Josete (PT), a respeito do jornal Câmara em Ação, que era suspeito de nunca ter sido impresso. O documento declara que 68 edições foram rodadas, com periodicidade mensal, entre 2004 e 2010, e cita também as duas gráficas que teriam realizado as impressões – o que não era informado nos PDFs disponíveis na internet. As respostas, entretanto, foram consideradas vagas e pouco detalhadas.A Casa gastou, entre 2006 e 2010, R$ 14 milhões com a impressão do jornal, por meio da empresa Visão Publicidade. Segundo informações do Tribunal de Contas do Estado (TC), as tiragens variaram entre 54 mil e 247 mil exemplares. Entretanto, desde o dia 18 de agosto, quando reportagem da RPC TV divulgou a existência desse informativo, apenas um exemplar foi encontrado: um eleitor mandou uma cópia anteontem para o vereador Algaci Túlio (PMDB). Não existem exemplares na Biblioteca Pública do Estado e nem na própria biblioteca da Câmara.

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Segundo a diretoria da Casa, existem cópias do informativo nos arquivos da diretoria contábil-financeira. Além disso, foi informado que os exemplares eram distribuídos em locais públicos, algumas escolas municipais e na própria Câmara. A responsabilidade pelos locais exatos de distribuição, segundo o comando da Câmara, era da empresa Visão Publicidade – a pergunta feita por Josete pedia a inclusão de nome e endereço dos pontos de venda, o que não foi respondido.

As informações repassadas pelo comando da Casa não discriminam também quais eram os custos de produção do informativo. Esses dados, de acorodo com a direção, podem ser consultado em documentos à disposição dos vereadores na diretoria contábil-financeira. Já os contratos de terceirização dos serviços são descritos como de responsabilidade da empresa Visão Publicidade.

Outro questionamento foi sobre o fato de Cláudia Queiroz Guedes, mulher do presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB), ter sido a jornalista responsável por algumas das edições do jornal.

A diretoria nega qualquer relação da empresa de Cláudia, a Oficina da Notícia, com a publicação, mas não diz por que ela era a responsável pelo informativo e qual o grau de participação dos funcionários da Câmara na produção do jornal. Além de Cláudia, a jornalista Priscila de Sá e Benevides Carneiro, diretora da assessoria de comunicação da Casa, também aparece como responsável pela publicação em algumas edições.

Respostas insuficientes

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Para Josete, as respostas dadas por Derosso não foram satisfatórias, já que muitas questões não foram respondidas com o detalhamento requisitado. A vereadora destaca também que a resposta não partiu da presidência da Casa, e sim do diretor administrativo e financeiro, João Carlos Milani – que assina o documento. "O setor financeiro da Casa é quem responde. Várias questões ali teriam de ser respondidas pelo presidente, pois são avaliações políticas, e não técnicas", afirma.