O diretor administrativo-financeiro afastado da Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), Ricardo Smijtink, diz ser inocente e defende-se dizendo que foi ele quem levantou as denúncias de desvio de verbas na empresa. Smijtink também afirma que foi ele próprio que pediu o afastamento para que a auditoria fosse feita sem que houvesse dúvida de que ele estivesse influenciando o processo de investigação.
"Eu levantei isso lá atrás. Eu identifiquei o que estava ocorrendo. Por isso, está sobrando para mim. É como dizem: o abraço do afogado", afirma Smijtink, que foi secretário estadual de Administração no segundo mandato do governador Jaime Lerner.
De acordo com ele, o processo administrativo e a auditoria que estão ocorrendo vão identificar a verdade. "Estou muito angustiado e agoniado com a história. Estão tentando denegrir minha imagem e isso está me machucando muito." Segundo Smijtink, para que tudo seja esclarecido o mais breve possível, ele, inclusive, liberou a quebra de seus sigilos bancário e fiscal, além dos sigilos de seus familiares.
Smijtink diz que pediu o afastamento assim que foi colocado na condição de acusado. Para ele, se afastar foi a decisão mais correta, até para não agir como "o presidente do Senado", Renan Calheiros (PMDB), que está envolvido em denúncias mas não se afasta do cargo. "Mas espero voltar o mais rapidamente à Urbs. Fui eu quem fez denúncia ao Ministério Público Estadual (MP) do que estava ocorrendo. Tenho a certeza da minha inocência e sei que os culpados vão pagar por tudo."
De acordo com Ricardo Smijtink, ele não quer acusar ninguém antes do fim das investigações. Mas diz que os que o acusam não apresentaram, quando solicitados, comprovantes de depósitos. "Dizem que foi dado entrada na tesouraria da Urbs os valores e que havia comprovantes disso. Mas não apresentaram nem comprovaram. Eu sei que nunca dei nem daria uma ordem dessas", afirmou o diretor afastado. Segundo ele, antes de sua gestão, muito coisa na Urbs não passavam nem pelo financeiro nem pelo jurídico da empresa. "Quando entrei, em 2003, mudei isso."
Sobre a quantia desviada, Smijtink afirma que não saberia dizer de quanto seria. Mas diz que sabe que houve guias de retiradas em nome da Urbs que não foram devolvidas à empresa.
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